sábado, 12 de dezembro de 2009
Aprendendo a vida
domingo, 29 de novembro de 2009
Eleições em Moçambique
domingo, 8 de novembro de 2009
A descoberta de Iunga
sábado, 7 de novembro de 2009
Buscando raízes
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Ilha Deserta
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
A Serra que Canta
Saímos de Morrumbala passando o aerodromo pela picada em direcção a Oeste, para o rio Chire, descendo alguns montes em curvas até Pinda, na planicie vasta, para falar com o Chefe de Posto primeiro, o Régulo mais à frente, solicitar o seu filho para nos acompanhar. Existem alguns Ebondeiros magestosos, agora prateados à luz do sol, dois deles cheios de pássaros enormes, brancos e negros, de pescoço comprido, habitantes do rio. É uma zona de reassentamento de deslocados das cheias, com muitas casas em tijolo, centro de saúde e escola. Fazemos uma oferta para a cerimónia e seguimos em direcção a Micaula, ao longo da margem esquerda do Rio Chire, pouco antes de chegar à sua confluência com o Rio Zambéze. Aparece um corte perpendicular à pista com cerca de 50 m de largura, aparentemente rio seco, areia e pedras miudas. O jovem relata que há mais de 10 anos surgiu durante uma noite um bicho cobra com rosto de pessoa, que inrrompeu montanha abaixo, causando caos e destruição, abrindo este largo rasto até ao rio; e que a sua esposa ou esposo, poderá surgir a qualquer momento, saindo ali ou próximo, causando grande prejuízo. A população deve estar atenta. Mais à frente, as águas quentes, sulfurosas, brotam em três tanques forrados de ondulados sedimentos ocre esverdeado, junto a ruinas agro industriais imponentes da antiga Companhia da Zambézia. As mulheres lavam as capulanas e os filhos. Raros campos de algodão já apanhado, farrapos brancos dispersos nos ramos médios dos arbustos nas margens da pista. Pouco mais de 15 km e paramos na aldeia de Munguira. Sentamos nas cadeiras à sombra debaixo da Mangueira com o Chefe de Posto, o Secretário de Posto, o Regulo, o Fumo, o Secretário de Bairro, explicamos o motivo do nosso desejo de subir à serra. Adquirem-se os produtos para a cerimónia. Designa-se o guia. Saímos às 10h e 30 minutos, sol e calor abrasador. O guia inicia um ritmo rápido, contornando o Centro de Saúde para sair da aldeia e subindo de forma mais acentuada através da floresta. Fazemos duas paragens rápidas antes de chegar ao primeiro terço, relevo marcado percebido lá em baixo. Respiração ofegante, pulsação rápida, corpo muito quente. Temos a primeira desistência. A inclinação acentua-se, as sombras são raras. Água, respiração apropriada, esforço controlado. Aparece um macaco grande a comer Massalas que foge monte acima. Cruza-se a descer uma mulher bem disposta. Primeira machamba, mais acima duas casas, uma familia alargada, um homem escava à mão um buraco para a colocação de mais um pau em nova palhota em construção. Um fruto vermelho oval com polpa granulosa doce amarga. Persiste a inclinação difícil, carreiro entre o capim alto, terra solta com palha, desliza. Os musculos começam a doer. Para cima, nem o Diabo empurra. Pequeno corgo com bananeiras, está ali a água fresca. Bebemos bastante e abastecemos as garrafas. Carreiro estreito em falésia marcada, rochas e pedras grandes. Nova machamba, milho, mandioca, amendoim, mais uma casa um homem. Passamos o segundo colo. Atravessamos o vale e aparece então ao longe, pequenina, a antena no horizonte alto. Carreiro sinuoso, muita pedra, zona queimada, faz-se longo, mas ao fim de 3 horas, chegamos a Saikuni, também nome do Fumo local, disciplo do Regulo Sapanda. Lindos, minusculos, vermelhos e doces tomates abundam inexplicavelmente entre as pedras médias. Uma tenda de paus e plastico, vazia, com uns restos de fogo e lenha, dois tachos, uma mochila, um cartão grande dobrado no chão. Comemos tomates deliciosos, bebemos água, mastigamos umas bolachas. Quando chega o guarda das 4 antenas, vem de arco e flechas – atira bem longe, serve de arma de caça para coelhos, galinhas do mato e gazelas. Rimos de histórias da construção das antenas, falamos sobre os vários locais da serra – o pico das cobras, a origem do canto. Temos amendois e bolachas ainda para partilhar. A pouco mais de mil metros de altitude, apesar do fumo das inúmeras queimadas dispersas em todo o horizonte, avistamos a Oeste o Rio Zambéze, limitando Tete com Sofala, onde conflui ao longe a Sul o Chire, limitando a Zambézia. A Norte, as silhuetas das casas e os reflexos dos telhados de chapa da Vila de Morrumbala, sede do Distrito. A Sudeste, muito ao longe, os picos rochosos de Mopeia. Uma hora de descanso deve chegar, despedimos-nos e iniciamos a descida. Bebemos e abastecemos de água no mesmo sítio. Passamos a família que permanece tranquilamente sentada à sombra. A miuda dos seus sete anos no alto dos ramos da mangueira colhe alguns frutos, aparentemente muito verdes. Saudamos e seguimos monte abaixo. Primeira paragem após uma hora, com os joelhos de manteiga. Sentar, esticar as pernas. Temos pressa. Para baixo todos os santos ajudam. Mantemos um ritmo rápido, esforçado, escorrega-se às vezes. Mais 45 minutos e estamos na aldeia. Foi um passeio duro, agradecemos o apoio do Regulo, Fumo e companhia, retiramos-nos satisfeitos e bem cansados. A montanha só canta em certas épocas do ano. Voltaremos!
domingo, 11 de outubro de 2009
Preguiça de Domingo
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Asterix
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Massacrado pelos mosquitos
MAINDÓ
Bisso - olhos.
Bodo - joelho.
Cotomoia - tosse.
Dereto -bom.
Enzai - ovo.
Fiua - comichão.
Irido - arrepio.
Jala - unha.
Mainje - àgua.
Manda - mão.
Mimba - barriga.
Moindo - perna.
Murobue - medicamento.
Mussolo - cabeça.
Nhalo - pé.
Nhama - carne.
Numba - casa.
Oba - peixe.
Ocalau - vida.
Ocoma - gordo.
Ocua - morte.
Oladiua - tratamento.
Onda - magro.
Oudja - alimento.
Reda -doença.
Ridua - fraco.
Tovanda - forte.
Upa - dor.
Wabore - mau.
Zino - dente.
domingo, 13 de setembro de 2009
Ebondo
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
Batucada especial
domingo, 23 de agosto de 2009
Iniciação
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
O Céu na Terra
sábado, 18 de julho de 2009
Final da época das chuvas
segunda-feira, 6 de julho de 2009
Provérbio Etxwabo
domingo, 5 de julho de 2009
Músicos de Quelimane
terça-feira, 23 de junho de 2009
Cacimba
A Via Láctea impõe-se monumento principal. O Cruzeiro do Sul evita perder o norte. Ás vezes, Orion defronta a Ursa Maior. A noite avança, os cães ladram, as folhas das palmeiras roçam ao vento, Nzu dorme no tronco do Coqueiro.
terça-feira, 9 de junho de 2009
Vocabulário
Kumbaisa: adivinho, pessoa que se acredita possa descobrir coisas ocultas como a causa da doença, quem foi o causador da doença, o autor da desgraça, o autor da morte, onde foram ocultadas coisas roubadas, quem detém a chuva. Ritual com objectos físicos.
Proverbio Etxwabo: Kumbaisa onomukutha Mukwiri (o adivinho descobre o autor da desgraça).
Mulaula: adivinho, pessoa que pretende desvendar coisas ocultas ou futuras, descobrir quem roubou ou fez feitiço; ás vezes indica o curandeiro apto ao caso.
Exemplo: Wafema eliwe omutomeya muzogwe, mudhele mulaula kamubulile muzogweya (Uafema foi acusado de deter a chuva, mas o adivinho quando chegou não desvendou chuva nenhuma).
Sinónimos: Kumbaisa, Muliba makaga, muliba makaga manddimuwa.
Mukwiri: pessoa que segundo a crença popular, possui o feitiço e pode dar a outrém qualquer espécie de mal, ele é tido como o responsável último do mal físico e moral. Secreto.
Provérbio Etxwabo: Mukwiri kanlowa nzuwa (a pessoa que possui a força de fazer o mal não aguenta enfeitiçar o sol).
Nahana ou Namusorho: curandeira / o que trata a doença do "histerismo" (Mazoka ou Matoa). Cura atravéz dos batuques.
Provérbio Etxwabo: Maliana Nahana, okana makobwa aye, onolaba na bafu, onotxetha marhombo (Maliana é curandeira, tem os seus cestinhos com remédios, faz o sufumígio, dança o Marombo e a Zoka).
Namabaliha: parteira.
Ñganga: curandeiro, herbanário, médico que dá remédio, tendo ás vezes em conta as indicações do adivinho, utilizando escarificações, plantas e raízes, um ritual.
domingo, 7 de junho de 2009
MUSICAS DAS CARAÍBAS
Temos o tradicional, o popular, o jazz, o reagge, a salsa, o regueton e o son, entre outras. Os músicos, funcionários públicos em grupos bem compostos, percorrem as salas e os palcos dos bares do país, animando as danças mexidas e retorcidas da ilha. A cultura e a história são muito promovidas, com inúmeros museus e conjuntos arquitectónicos de significado marcante no passado recente, grandes empresas de produção e distribuição de música e espectáculos, programas de documentário na rádio e televisão frequentes e interessante, inúmeras edições e outras publicações, obras plásticas e exposições, pintura, artesanato, fotografia, vestuário design, feiras e exposições, regionais, nacionais e internacionais.
MUSICAS DAS CARAÍBAS
EDUCAÇÃO PARA TODOS
O nível cultural médio em geral é deveras elevado. Os Cubanos tem das mais altas taxas de esperança média de vida de todas as Américas.
segunda-feira, 1 de junho de 2009
O outro lado da moeda
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Acesso aos serviços de saúde
Em qualquer lugar, é fácil encontrar um Centro de Saúde. A entrada é livre, a informação imediatamente disponível, o tempo de espera mínimo. Os médicos são simpáticos, o serviço eficaz e gratuito, a consulta não demora. Alguns problemas de disponibilidade de medicamentos, não atingem normalmente os princípios activos mais correntes. Na maior ilha das Caraíbas...
domingo, 24 de maio de 2009
The best of
Não tem publicidade, não existe desemprego, não há pedintes, não se vêem sem abrigo. Todos tem uma casa, alimentação essencial, saúde e ensino gratuitos. A música é muito boa, o rum aprecia-se os charutos dos melhores. A população é hospitaleira, circula-se em completa tranquilidade, as praias bonitas, as cubanas lindas, o desporto nacional o baseball. País único no mundo!
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Sonhamos o futuro
quinta-feira, 9 de abril de 2009
Ritmos da terra
quarta-feira, 1 de abril de 2009
Típico português...
sábado, 21 de março de 2009
Obras de Fernando Pessoa
A sociedade governar-se-ia espontaneamente a si própria, se não contivesse gente de sensibilidade e de inteligência. Acreditem que é a única coisa que a prejudica. As sociedades primitivas tinham uma feliz existência mais ou menos assim.
Pena é que a expulsão dos superiores da sociedade resultaria em eles morrerem, porque não sabem trabalhar. E talvez morressem de tédio, por não haver espaços de estupidez entre eles. Mas eu falo do ponto de vista da felicidade humana.
Cada superior que se manifestasse na sociedade seria expulso para a Ilha dos superiores. Os superiores seriam alimentados, como animais em jaula, pela sociedade normal.
Acreditem: se não houvesse gente inteligente que apontasse os vários mal-estares humanos, a humanidade não dava por eles. E as criaturas de sensibilidade fazem sofrer os outros por simpatia.
Por enquanto, visto que vivemos em sociedade, o único dever dos superiores é reduzirem ao mínimo a sua participação na vida da tribo. Não ler jornais, ou lê-los só para saber o que de pouco importante e curioso se passa. Ninguém imagina a volúpia que arranco ao noticiário sucinto das províncias. Os meros nomes abrem-me portas sobre o vago.
O supremo estado honroso para um homem superior é não saber quem é o chefe de Estado do seu país, ou se vive sob monarquia ou sob república.
Toda a sua atitude deve ser colocar-se a alma de modo que a passagem das coisas, dos acontecimentos não o incomode. Se o não fizer terá que se interessar pelos outros, para cuidar de sí próprio."