O Arrojado, filho de uma família de 22 irmãos, caiu da árvore (chorão)
um sábado de manhã, no Parque Infantil do Bairro Social de Benfica, partindo o
antebraço; mais tarde, o meu pai, que recolhia a canalhada no DKW para ir tudo
brincar para o parque ou mata nos Sábados de manhã, levou-me a visitá-lo no Hospital São José. Construção enorme, escadas vastas, colunas altíssimas, paredes gigantes, salas intermináveis, enfermaria com 4
filas de 20 ou 30 camas; seguindo os adultos, fixo-me na cara do meu amigo que
na cama com o braço engessado, me olha do seu ar ruivo – não consigo dizer uma
palavra. Os adultos conversam no burburinho da hora de visitas, entrego timidamente a prenda que lhe trazia (uma miniatura de avião de
construção em plástico), e penso talvez decididamente pela primeira vez, que
nunca vou querer sentir-me naquela posição – por tal optar pelo papel
contrário... depreendo.
quarta-feira, 16 de dezembro de 2015
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