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quinta-feira, 12 de junho de 2008

Monumento

No Sábado subimos a Zambézia na vertical, dia explendido, 350 Km até Gurué. Domingo, depois dos abastecimentos básicos no mercado, fizemos-nos à serra: passámos as plantações de chá, subimos 500 m e deixamos o carro à guarda de um particular em Mouresse. O sol esquentava e a subida íngreme até ao primeiro colo desafiava a falta de treino. Belo planalto, 1.500 m de altitude, ligeiramente inclinado para leste, rodeado de pequenos grupos de palhotas, abre-se em avenida de eucaliptos. Chegando a uma pequena elevação deparamos a Norte com o Namuli, monolito liso e impressionante, rasgando os raios solares, imponente e desafiador. Abandonamos o caminho principal em Murabo e tomamos o atalho mais curto. Cruzamos um mercado, cheio de gente bem animada, música e aguardente de cana. No termo do planalto, tiramos sapatos e roupa para atravessar o Rio Malema, que passa calmo e gelado. Retomamos o caminho principal e revisitamos a avenida de eucaliptos. Quando chegamos à aldeia da rainha, Mogunha, 2.000 m, decorria a festa e o povo acorreu para ver os recém chegados. Acompanhada de vários homens, a Rainha conduz-nos à sua residência, onde ficaríamos instalados para a noite. Descansamos então após seis horas e meia de marcha moderada, iniciando as negociações sobre a cerimónia a realizar, logo de manhã cedo, para permitir a subida ao Monte Namuli. O céu bem estrelado, via láctea imensa, ursa maior e cruzeiro do sul, com a lua em quarto minguante, é rapidamente invadido do sul por nuvens espessas. Na casa de tijolo não cozido e cobertura de capim, o lume central garante calor e lágrimas. Lá fora o vento manifesta-se.

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