Subi hoje ao penedo sagrado de Marrere, bem perto do antigo mosteiro cristão, actualmente hospital. No intervalo entre nuvens de chuva e sol forte, dirigi-me ao sopé e com cuidado com as cobras, iniciei a ìngreme escalada. Algumas pedras e terra solta, minhocas médias brancas de mortas e secas, como as folhas grandes. Queimaram o capim há pouco tempo. Acelero a respiração e o pulso. Passa um ar fresco. Lage de granito, muito lisa mas rugosa, desenhada em linhas curvas fluidas, grão fino, branco, negro e rosa. Algumas pedras enormes, rachadas. Passo a àrea assinalada pelos médicos tradicionais, com panos brancos pendurados da árvore caduca. Contorno o cume pelo Norte. Agora há que utilizar as mãos. O bando de corvos, negros e brancos, faz um voo razante. Mais um esforço, três saltos, estou no topo do rochedo. Paisagem bela, algumas serras espalhadas e eizelbergs dispersos nos 360º do horizonte; Nampula ao fundo, prédios, torres, coberturas metálicas; de resto, florestas de cajueiros e mangueiras espalham-se em vales e chãs em todas as direcções; algumas machambas, com bananeiras. Um cemitério a Norte, isolado entre as árvores. Sento-me. A Sul ouvem-se os coros das mulheres.
domingo, 14 de agosto de 2011
Cantigas ao desafio
“Gostaria de escrever
Meu romance até ao fim
Com fundamento concreto,
Se conseguisse poder
Encontrar-me sempre assim,
Para o fazer bem completo.
Uma história que é evidente
Quer seja ou não em poesias,
Sempre que é digna de apreciar;
Como a que temos presente,
Completa sem fantasias
Nem preceitos de enganar.”
Meu romance até ao fim
Com fundamento concreto,
Se conseguisse poder
Encontrar-me sempre assim,
Para o fazer bem completo.
Uma história que é evidente
Quer seja ou não em poesias,
Sempre que é digna de apreciar;
Como a que temos presente,
Completa sem fantasias
Nem preceitos de enganar.”
Etiquetas:
1963.,
Campolide,
Lisboa,
Manuel José Pires
Cantigas ao desafio
“Gostaria de escrever
Meu romance até ao fim
Com fundamento concreto,
Se conseguisse poder
Encontrar-me sempre assim,
Para o fazer bem completo.
Uma história que é evidente
Quer seja ou não em poesias,
Sempre que é digna de apreciar;
Como a que temos presente,
Completa sem fantasias
Nem preceitos de enganar.”
Meu romance até ao fim
Com fundamento concreto,
Se conseguisse poder
Encontrar-me sempre assim,
Para o fazer bem completo.
Uma história que é evidente
Quer seja ou não em poesias,
Sempre que é digna de apreciar;
Como a que temos presente,
Completa sem fantasias
Nem preceitos de enganar.”
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1963.,
Campolide,
Lisboa,
Manuel José Pires
terça-feira, 9 de agosto de 2011
What is it?
“A Pré-História
No vasto território que o povo macua ocupa hoje, no norte de Moçambique, há importantes estações arqueológicas e de arte rupestre, que testemunham a presença na região, em tempos passados, de povos antigos antes da chegada dos macuas (bantus). Os primeiros habitantes da região foram os povos Khoi e San, descendentes de homens de Grimaldi e dos Boskop. A arte rupestre e as estações arqueológicas encontradas na região poem em evidência a presença de povos com mentalidade distinta, em épocas muito distantes, e são vestígios do Paleolítico (a estação de Riane), de uma escrita hieroglífica primária (a estação de Campote, no Niassa) e de agricultores com mentalidade neolítica (estações de Nacavala, Murrupula e Mogovolas, em Nampula).”
“Séculos XV-XVIII: Os estados afro-asiáticos da costa e os regulados macuas
Os Árabes introduziram entre os macuas intercâmbio de produtos em larga escala, novas técnicas agrícolas, novas espécies de plantas e o comércio de escravos.
Obrigados a defender o seu território e querendo controlar por si próprio o comércio do marfim e o tráfego dos escravos, estabeleceram-se uniões e mini-alianças entre os vários grupos clânicos, aparecendo, deste modo, aquilo a que podemos chamar de confederações de clãs. É o caso dos Chacas, Erati e Meto, no vale do rio Lúrio; e dos Namarróis, mais a Sul do território macua.”
Entre alguns chefados macuas e os pequenos reinos afro-asiáticos da costa estabeleceram-se alianças baseadas no comércio de produtos e no tráfico de escravos. Começou desta forma o capítulo mais trágico da história do povo macua: a escravatura. Sobre a escravatura entre os macuas foram levantadas várias hopóteses e feitas diferentes interpretações; entre os Macuas-Meto, existiriam clãs de homens livres e clãs de escravos; outros falam de escravatura doméstica
Etiquetas:
2008,
46,
47.,
Francisco Lerma Martinez,
Maputo,
Moçambique,
O Povo Macua e a sua Cultura,
pag. 43,
Paulinas
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