Subi hoje ao penedo sagrado de Marrere, bem perto do antigo mosteiro cristão, actualmente hospital. No intervalo entre nuvens de chuva e sol forte, dirigi-me ao sopé e com cuidado com as cobras, iniciei a ìngreme escalada. Algumas pedras e terra solta, minhocas médias brancas de mortas e secas, como as folhas grandes. Queimaram o capim há pouco tempo. Acelero a respiração e o pulso. Passa um ar fresco. Lage de granito, muito lisa mas rugosa, desenhada em linhas curvas fluidas, grão fino, branco, negro e rosa. Algumas pedras enormes, rachadas. Passo a àrea assinalada pelos médicos tradicionais, com panos brancos pendurados da árvore caduca. Contorno o cume pelo Norte. Agora há que utilizar as mãos. O bando de corvos, negros e brancos, faz um voo razante. Mais um esforço, três saltos, estou no topo do rochedo. Paisagem bela, algumas serras espalhadas e eizelbergs dispersos nos 360º do horizonte; Nampula ao fundo, prédios, torres, coberturas metálicas; de resto, florestas de cajueiros e mangueiras espalham-se em vales e chãs em todas as direcções; algumas machambas, com bananeiras. Um cemitério a Norte, isolado entre as árvores. Sento-me. A Sul ouvem-se os coros das mulheres.
domingo, 14 de agosto de 2011
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