Autores: Paulo Pires¹, Ahmed
Abdirazak Ahmed², Ivandra Natércia2, Lisete Correia2,
Maida J. Ibraimo2, Muhammad H. Remane2, Tarmamade Jussub
Tarmamade2, Yacub I. Ismail2
1-
Médico Especialista em
Medicina Familiar e Comunitária, Consultor em Clínica Geral e Medicina
Familiar, Docente Assistente na Universidade Lúrio, Faculdade de
Ciências de Saúde.
2-
Estudantes do 3º ano 6º
semestre do Curso de Medicina, Universidade Lúrio, Faculdade de Ciências de
Saúde.
Contexto: a Cólera é endémica em vários países com pobres condições
de saneamento como Moçambique. O saneamento no bairro de Namicópo é precário e
é provável o aparecimento de um surto epidémico de cólera. A comunidade
demonstrou uma atitude negativa face a mortes de causa diarreica ocorridas no
passado, vandalizando edifícios governamentais e alegando que a causa das
mortes era cólera e a causa desta eram as instituições governamentais.
Objectivo: avaliar o conhecimento da população do bairro de Namicópo sobre
a cólera, identificando erros de conceitos e se estes contribuem para o
aparecimento da doença.
Metodologia: estudo qualitativo participativo, exploratório, transversal,
entrevistando 12 adultos e realizando dois grupos de discussão focal com oito adultos.
Os dados foram tratados com o programa informático de análise qualitativa Max qualitative data analysis
(MAXQDA). Foram
respeitadas todas as orientações da Declaração de Helsínquia, revisão de 2013.
Resultados: os participantes possuem um conhecimento básico
acerca da doença porém existem erros de conceito. Em relação à causa a resposta
mais frequente foi que a cólera é causada por má higiene pessoal, colectiva ou
alimentar. Sobre o tratamento caseiro a resposta mais frequente foi desconhecimento
seguido de hidratação oral. Constataram-se erros de conceito sobre a
transmissão da cólera (12 participantes), a prevenção (8), causa (3), conceito
(2) e tratamento (1). Existe na comunidade a crença de que agentes
governamentais são responsáveis por surtos de cólera no bairro.
Discussão: consideramos necessário realizar mais actividades
de educação para a saúde junto das comunidades sobre esta doença, incidindo na
transmissão e prevenção da mesma.
Palavras-chave: cólera, Namicópo, Nampula,
Moçambique.
Abstract
Context:
Cholera is an acute intestinal infection, endemic in many developing African
countries including Mozambique; this fact coupled with the rudimentary and
inadequate sanitary conditions existing in the suburb of Namicópo in the city
of Nampula show that there is a high probability of some sort of cholera
epidemic occurring at some point in the future. In the recent past this same
community reacted negatively to the occurrence of deaths related to diarrheal
disease, and went on to vandalize governmental buildings alleging that
governmental institutions were responsible.
Objective:
evaluate Namicópo community knowledge about cholera identifying misconceptions contributing
to spread the disease.
Methodology: explorative
participatory qualitative cross-sectional study based on interviewing 12 adult
members from the Namicópo community and two focal group discussions with 8
adult members. Data analysis was done with a qualitative data analysis program (Max
qualitative data analysis, MAXQDA)
Results:
most of the participants had a decent level of knowledge about the disease but with
several misconceptions. Regarding the cause of cholera the most common response
was poor personal, collective and food hygiene. Regarding home treatment
options the most common answer was lack of knowledge (8 of 20), followed by
oral rehydration. The largest number of misconceptions identified were related
to the transmission of cholera (12), prevention (8), cause (3), concept (2) and
treatment (1). The community believes that government officials are responsible
for cholera outbreaks.
Discussion:
it is necessary to implement more health education in the community about the disease and
mainly about its transmission and prevention.
Introdução
A
cólera é uma infecção bacteriana aguda intestinal causada pela ingestão de
alimentos ou água contaminados com o Vibrio cholerae, sero-grupos O1 e O139 ou
transmitida directamente de pessoa a pessoa pela via fecal – oral. (1) Os
sintomas incluem diarreia aguda aquosa abundante e vómitos. Quando não tratada
pode levar à morte em algumas horas. Os surtos estão ligados a condições
inadequadas de habitação, saneamento e falta de água potável, prevalentes em
muitos países em desenvolvimento. (2) A cólera é uma causa significativa de
morbilidade e mortalidade nestes países, onde constitui um indicador das
condições inadequadas de saneamento, (3) como é o caso do bairro de Namicópo na
cidade de Nampula. A Organização Mundial de Saúde (OMS) no seu relatório de
2013 sobre cólera em Moçambique constatou que os surtos epidémicos são sazonais
ocorrendo principalmente entre Dezembro e Junho, coincidido com a época chuvosa.
(4) As características epidemiológicas marcantes da cólera são a tendência de
aparecer em surtos explosivos e a predisposição para causar pandemias que podem
afectar vários países. (5) Tendo em conta que a cólera é endémica em
Moçambique, as comunidades que vivem em zonas de pobre saneamento estão
vulneráveis e podem sofrer surtos epidémicos. No dia 8 de Fevereiro de 2013
houve um incidente em Namicópo, no qual residentes após a ocorrência de óbitos
devidos a doenças diarreicas, vandalizaram instituições locais, atribuindo a causa
de tais óbitos e doenças a órgãos governamentais locais. (6) Este tipo de
incidente não é novo, existindo a crença desde 1998 de que o Governo está a
introduzir a cólera através do cloro com o objectivo de matar o povo de Nampula,
provocando insegurança social, levantamentos e confrontos com a Polícia. (7) Em
1998 surgiram boatos neste bairro, o primeiro na sequência da construção de uma
enfermaria de cólera, que teria como objectivo matar a população, o segundo que
as campanhas de prevenção da cólera, através do programa de tratamento da água,
se destinavam não a impedir a cólera, mas a provocá-la. A pesquisa bibliográfica não encontrou estudos sobre o
conhecimento de comunidades Moçambicanas sobre cólera mas estes existem sobre
comunidades de outros países. Mertenet no Katanga, concluiu que a maioria dos
respondentes consideravam higiene e condições inadequadas de saneamento como as
principais causas de cólera mas apesar de terem um nível razoável de
conhecimento sobre a etiologia da cólera, cerca de 59% consideravam a
feitiçaria como uma possível causa. (8) O autor menciona que o relativo bom
nível de conhecimento da população estudada sobre a cólera, deve-se provavelmente
ao facto da doença ser endémica naquela região e da experiência que a população
obteve em surtos passados. Outro estudo realizado em Dar es Salam concluiu que
apesar da maioria dos respondentes (85%) ter um bom nível de conhecimento de
cólera, as práticas preventivas por eles aplicadas eram inadequadas e era
necessária uma intervenção para mudar a situação. (9) Um aspecto comum a todos
os estudos, incluindo os efectuados no Bangladesh e em Zanzibar, foi que apesar
de uma considerável parte das populações estudadas ter um nível básico de
conhecimento sobre cólera, ainda possuem conceitos erróneos que põem em risco a
saúde comunidades. (10, 11) Nos países onde existem estudos sobre o
conhecimento das populações, dispõe-se de um ponto de partida para a
implementação de programas educativos que podem reduzir consideravelmente o
risco; esta estratégia demonstrou-se útil no Haiti em 2010, onde foram
implementados programas educativos através da rádio; posteriormente
verificou-se que o nível de conhecimento da população haitiana era bom devido
aos programas educativos implementados. (12) A informação sobre o conhecimento
de populações em risco de surtos epidémicos de cólera é essencial para a
implementação de programas educativos que possam reduzir o risco; o facto de
tal informação acerca de comunidades Moçambicanas ser quase inexistente constitui
uma desvantagem para os serviços de saúde locais.
Objectivos
Objectivo geral
Avaliar
o conhecimento da população adulta do bairro de Namicópo sobre cólera.
Objectivos específicos
1. Identificar que conhecimentos
têm os adultos do bairro de Namicópo sobre cólera.
2. Identificar os principais
erros de conceito existentes nesta população e se estes podem contribuir para o
aparecimento de casos de cólera.
Metodologia
Estudo exploratório transversal qualitativo utilizando
entrevistas e discussões em grupos focais. Universo: população adulta do bairro
de Namicópo. Unidade de observação: indivíduos adultos de cada uma das 10
unidades comunais do bairro. Critérios de inclusão:
idade entre 21 e 60 anos, residentes no bairro há pelo menos três anos, participação
voluntária. Critérios de não inclusão: idade fora
do intervalo descrito, residente do bairro há menos de três anos. Critérios de exclusão: estado de embriagues ou
qualquer outra alteração de consciência. Participantes
(ver anexo 1): 20 indivíduos das unidades comunais do bairro, 12 foram
entrevistados e 8 participaram em discussão em grupo focal.
Entrevista, (13) semi-estruturada. Discussão de grupo focal, (14,15) com grelha de
condução focada nos objectivos do estudo e informada pela revisão bibliográfica.
(16,17).
Considerações
éticas
Estudo
aprovado pelo Comité Institucional de Bioética para a Saúde da Universidade
Lúrio. Os participantes assinaram um termo de consentimento informado adaptado
em linguagem simples, em dois exemplares, ficando um exemplar com o
participante e outro arquivado na FCS, contendo informação sobre os objectivos
e a metodologia do estudo, benefícios, custo e riscos e o entrevistador
perguntou aos indivíduos se estes estavam dispostos a participar, em língua macua
ou português, conforme a língua materna; o questionário, foi explicado pelo
entrevistador. O estudo cumpriu as orientações da declaração de Helsínquia na
sua revisão do ano 2013.
Recolha dos dados
Efectuada
entre os meses de Junho e Julho de 2014 nas salas de uma escola local com a
autorização do director da mesma. As entrevistas foram realizadas pelos
investigadores com apoio de parceiros comunitários seleccionados (18, 19). Foram
realizadas 12 entrevistas (duas com mulheres e 10 com homens), gravadas, com
uma duração média de 15 minutos. Foram realizadas duas discussões em grupos
focais cada com quatro membros do mesmo sexo.
Análise dos dados
Aplicação do programa informático Max qualitative data analysis (MAXQDA).
Conhecimento
sobre o conceito
Os participantes (19 de 20) responderam que se
tratava de uma doença diarreica; cada participante acrescentou uma
característica, 10 mencionaram que estava associada a pobres condições
higiénicas e sanitárias, 3 mencionaram que é fatal e 2 disseram que se acompanha
de vómitos. Um dos participantes expressou dois erros de conceito (a cólera é
caracterizada por febres e diarreia sanguinolenta) e outro mencionou que é uma
doença de longa evolução.
Conhecimento
sobre a causa
A resposta de sete participantes foi má higiene pessoal, colectiva ou
alimentar; cinco referiram consumo de água e alimentos contaminados, quatro
destes acrescentando que tal contaminação era por micróbios; outros quatro
mencionaram consumo de água contaminada, três desconheciam a causa e um mencionou
pobres condições de saneamento. Inqueridos acerca da possibilidade de
feitiçaria ser causa de cólera, 17 dos participantes responderam não enquanto
os restantes três afirmaram que sim.
Conhecimento sobre transmissão
O meio de transmissão mais
mencionado (sete) foi contacto físico com o corpo de um doente; um dos
participantes acrescentou contacto com os recipientes utilizados pelo doente. A
segunda resposta foi contacto com fezes do doente (cinco); um acrescentou o
contacto com vómitos; três mencionaram o contacto com a roupa, um mencionou o estar
na proximidade de um paciente, um mencionou falta de higiene e um outro
mencionou que moscas e mosquitos poderiam actuar como vectores.
Conhecimento sobre prevenção
A maioria dos participantes
(17) menciona boa higiene; seis participantes mencionaram conceitos adicionais:
quatro acrescentaram lavar bem a roupa, um ingerir paracetamol, um outro o uso
de rede mosquiteira; os três restantes não mencionaram boa higiene como forma
de prevenção.
Conhecimento sobre tratamento
A resposta mais frequente (oito) desconhece o
tratamento específico mas um indivíduo afectado deveria dirigir-se
imediatamente para a unidade sanitária; a segunda resposta foi hidratação oral (sete);
três responderam hidratação endovenosa; um mencionou uma solução de água
misturada com a seiva de uma planta (“Ricussi”).
Principais erros de conceito
A maioria dos erros de conceito (12
participantes) relaciona-se com a transmissão e oito com a prevenção; três
participantes demonstraram conceitos erróneos sobre a causa, dois sobre o
conceito de doença e um sobre o tratamento. Os erros de conceito sobre a causa foram
mencionados por três participantes que indicarem a feitiçaria e sobre a doença,
um mencionou que é uma doença febril com diarreia sanguinolenta; outro afirmou
que poderia ser causada por “deixar latas destapadas”. Um participante
mencionou “tomar banho” como tratamento eficaz.
Percepções acerca do
impacto da cólera no bairro
Todos os participantes afirmaram que a cólera constituía um problema
no bairro porque causava muitas mortes e revelava saneamento deficiente (10
participantes) propondo como solução a educação para a saúde (oito
participantes).
Discussão
Os participantes possuem um conhecimento
básico sobre os principais aspectos da doença, o que corrobora os resultados
obtidos em estudos efectuados em países vizinhos, que mostram que as populações
de países com alta endemicidade de cólera possuem um nível razoável de
conhecimento sobre a doença, provavelmente devido a experiências com surtos
passados. Apesar dos respondentes possuírem um conhecimento básico acerca da
doença, este é limitado e muitos expressaram erros de conceito, no que respeita
a transmissão (12) e prevenção (oito), o que os pode tornar susceptíveis a
contraírem a doença. Mesmo os participantes que demonstraram um conhecimento
relativamente bom acerca do tópico possuem lacunas; um exemplo disto revela-se
nas respostas dos participantes sobre a prevenção da doença, em que embora grande
parte destes (17) mencione que boas práticas higiénicas são fundamentais para a
prevenção, nenhum mencionou todos os três componentes importantes, nomeadamente
a higiene pessoal, alimentar e colectiva. Questionados sobre como diferenciar a
cólera de outras doenças diarreicas menos severas, a maioria dos participantes
mencionaram aspectos que poderiam ser usados para diferenciar estas duas
situações, sendo o mais mencionado a presença concomitante de vómitos nos
doentes com cólera; porém um único participante mencionou uma das principais características
da cólera, a diarreia semelhante a “água de arroz” e nenhum dos participantes
mencionou o grande volume da diarreia. Constatamos que o conhecimento no bairro
de Namicópo sobre cólera é de carácter lacunar e que existe na comunidade a
crença de que agentes governamentais são os responsáveis por surtos de cólera
no bairro (quatro participantes). Tendo um participante referido que a
população associa o tratamento de poços ou fontenárias pelos agentes do estado,
com produtos que contêm cloro nos períodos endémicos, como forma de propagação
da doença, esta percepção pode ter contribuído para a ideia de que os secretários
do bairro são os responsáveis pelos surtos; este participante recomendou que o
tratamento seja feito durante todo o ano para que a população tenha provas de
que o cloro é benéfico e não a causa dos surtos.
Conclusão
Os participantes no estudo possuem um
conhecimento básico, limitado e de carácter lacunar sobre cólera, existindo
importantes erros de conceito particularmente no que diz respeito a transmissão
e prevenção, o que os pode tornar susceptíveis a contraírem a doença. Futuros
trabalhos de educação para a saúde direccionados para melhorar o nível de
conhecimento da comunidade de Namicópo sobre esta doença, deverão incidir nos
aspectos relacionados com a transmissão e prevenção uma vez que são nestes dois
aspectos que os participantes demonstraram o maior número de erros de conceito.
Adicionalmente permanece no bairro a crença de que os órgãos governamentais são
responsáveis por surtos de cólera. O carácter lacunar do conhecimento acerca da
doença pode estar a contribuir para a prevalência desta crença na comunidade.
Referências bibliográficas
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and Response. WHO Report
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s.n., 2000.
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[Citado em: 22 de Agosto de 2013.] http://www.vanderbilt.edu/lapop/news/090609-portuguese-interviewermanual.pdf.
Conflitos
de interesses dos autores
O investigador
principal docente e os investigadores estudantes autores do estudo assinaram
individualmente uma declaração negando a existência de quaisquer conflitos de
interesses potencialmente interferindo com a execução do estudo segundo as
normas de rigor científico.
Financiamento do estudo
Este estudo foi
financiado pela Universidade de Saskatchewan do Canada, parceira da FCS da
Universidade Lúrio, com a quantia de onze mil meticais (11.000 Mt).
Anexo 1: caracterização dos participantes no estudo
N°
|
Sexo
|
Idade
|
Estado civil
|
Nível escolar
|
Ocupação
|
Unidade comunal
|
Método de recolha de dados
|
1
|
M
|
29
|
Casado
|
10ª Classe
|
Desempregado
|
E. Mondlane
|
Entrevista
|
2
|
F
|
54
|
Solteiro
|
8ª Classe
|
C de Unidade
|
E. Mondlane
|
Entrevista
|
3
|
M
|
40
|
Casado
|
6ªClasse
|
Encanador
|
Palmeiras 1
|
Entrevista
|
4
|
F
|
37
|
Solteira
|
7ªClasse
|
Desempregada
|
Palmeiras 1
|
Grupo focal
|
5
|
M
|
22
|
Solteiro
|
12ª Classe
|
Estudante
|
N. Mandela
|
Entrevista
|
6
|
F
|
60
|
Casada
|
7ª Classe
|
Caseira
|
N. Mandela
|
Grupo focal
|
7
|
M
|
47
|
Solteiro
|
10ª Classe
|
C de Unidade
|
N. Mandela
|
Entrevista
|
8
|
M
|
28
|
Solteiro
|
6ª Classe
|
Serralheiro
|
F. S. Magaia
|
Grupo focal
|
9
|
F
|
26
|
Solteira
|
7ª Classe
|
Desempregada
|
F. S. Magaia
|
Grupo focal
|
10
|
M
|
44
|
Solteiro
|
7ª Classe
|
Comerciante
|
Sul
|
Entrevista
|
11
|
M
|
56
|
Casado
|
8ª Classe
|
Recepcionista
|
Sul
|
Entrevista
|
12
|
M
|
27
|
Solteiro
|
7ª Classe
|
Estofador
|
Palmeiras 2
|
Estofador
|
13
|
M
|
50
|
Solteiro
|
Bacharelato
|
Agricultor
|
Josina Machel
|
Grupo focal
|
14
|
F
|
44
|
Casada
|
6ª Classe
|
Caseira
|
Josina Machel
|
Grupo focal
|
15
|
M
|
39
|
Solteiro
|
6ª Classe
|
Agricultor
|
Sawa Sawa
|
Grupo focal
|
16
|
M
|
50
|
Casado
|
4ª Classe
|
Agricultor
|
Sawa Sawa
|
Entrevista
|
17
|
M
|
26
|
Solteiro
|
12ª Classe
|
Segurança
|
Sawa Sawa
|
Entrevista
|
18
|
F
|
35
|
Casada
|
7ª Classe
|
Caseira
|
Chicuala
|
Entrevista
|
19
|
M
|
37
|
Solteiro
|
12ª Classe
|
Jornalista
|
Namicópo 2
|
Grupo focal
|
20
|
F
|
24
|
Solteira
|
6ª Classe
|
Agricultora
|
Namicópo 2
|
Entrevista
|
E.
Mondlane - Eduardo Mondlane.
C de
Unidade - Chefe de Unidade Comunal.
N.
Mandela - Nelson Mandela.
F.
S. Magaia - Filipe Samuel Magaia.
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