Sábado na calma e depois de um bom pequeno-almoço melhorado no Cresta,
Harare, meto gazóleo (25 USD) e compramos 2 cabeças de casal africano em pedras
bonitas, numa rotunda com várias barracas e exposições de artesões, ainda
dentro da cidade. Saímos da capital em direcção à fronteira de Tete; a polícia
manda parar e diz que não tenho luz de presença e travão à esquerda atraz;
explicamos que não temos dinheiro, ATMs não funcionam, por isso deixamos o
país; ele deixa passar sem cobrar nada. Continuamos por Murewa, Mutoko até à
fronteira em Nyamapanda. Passamos rápido o controlo de passaportes e viatura, não
revistam, mas aparece um problema em Moçambique porque não trazemos o papel de
exportação do carro. Pedimos desculpa, não fomos avisados em Namaacha, deixa passar
mas avisa que está a informar para que não deva voltar a acontecer. Passamos Changara,
depois Kuchaman e até Tete sem problemas, curvas e montes, estrada regular. Passamos
pela entrada da ponte sobre o Zambeze (Dona Ana?) e continuamos lentamente para
o centro; uma policia apita de traz e do lado esquerdo no passeio, no vi nada,
a rua estaria bloqueada por algum acontecimento; passei lentamente. A cidade
está bastante degradada, lembra um pouco Quelimane mas em maior e com uma
relacao diferente com o Rio; damos uma volta, levanto dinheiro no ATM, encontramos um Hotel medíocre na rua principal, mesmo em frente a uma
oficina; compro óleo e filtro e lâmpadas com o velhote (69 anos, Changan), acompanho
o mecânico a outra oficina na periferia oeste, regressamos à oficina na rua
principal: muda o óleo e o filtro e repara as 4 luzes em falta (preço em conta!).
A luz intermitente do 4x4 tinha começado a piscar a noite passada durante a
chuvada torrencial; o electricista não conseguiu resolver; vamos andando e ver,
o 4X4 está a funcionar normal. Jantar razoável no Hotel, frango assado, eu com
batata frita ela com chima, salada, uma cerveja. O quarto está sujo, mas tem
casa de banho e ar condicionado, TV rasca, dá para descansar!
terça-feira, 31 de janeiro de 2017
sexta-feira, 27 de janeiro de 2017
SEAT 16 - 17: 8 de Janeiro
Saimos do Hotel, encher gazóleo e voltar para traz para apanhar a
estrada para o Songo, Cahora Bassa, 160 km. As aldeias têm muitas palhotas
redondas e o gado caprino e bovino abunda. Passamos á entrada de uma das minas
de carvão e chegamos ao Songo, avistando montanhas imponentes. Vila
sofisticada, engenharia hidro eléctrica notável, acidente geográfico espectacular.
Lá no alto do monte, uma casa enorme, azul (dizem que pertence ao antigo
Presidente, FEG!). Continuamos em direccao à barragem, mais montanha, passagem
de novo colo e descida abrupta com muitas curvas. O quadro de floresta tropical
em granito recente é incrível. Vamos descendo e chegamos à barragem de Cahora
Bassa. Tem cancela fechada e um dos 2 guardas informa que é proibido circular
em cima da barragem sem autorização e acompanhamento, de carro ou a pé e para
isso teríamos que marcar com antecedência; descemos a montante até ao nível da
água, onde estão vários barcos e dois seguranças; o diálogo presta múltiplas
informações; debaixo da sombra curta de um catamaram em terra, cumpro o petisco
frugal, mas essencial para estrada de montanha; chega uma canoa que deixa um residente
da outra margem, com um saco à cabeça; irá vender a Songo; um enxame de
borboletas coloridas poisa na lama. Voltamos pela sombra o mais possível,
tiramos a fotografia de marca e a outra. Retomamos a estrada de regresso a
subir e pouco acima, tem uma placa (aluguer de barcos); viramos à direita e
saímos para uma estrada secundária, inicialmente de alcatrão, uma parte
degradada, depois pista de pedra, para chegar a um lodje próximo (Ugezi Tiger
Lodge), de um SA, com pouco movimento (vimos 10 clientes): bar, restaurante, bungalows,
floresta, pesca desportiva, barcos, passeios para ver crocodilos e hipopotamos.
Trazemos contacto e lista de preços. Voltamos para a nacional para Tete,
atravessamos o Rio Zambeze numa bela ponte e paramos para encher o depósito e
levantar dinheiro (5.000 Mt) na Galp de Moatize. A estrada está boa por aqui,
anda-se bem. Passamos a mina de Moatize e chegamos à fronteira de Moçambique, Zobué;
saímos sem problema, mas ao entrar no Malawi, inicia confusão; visto muito
difícil, 1.500 Mt de corrupção mais os 50 $US, demora nos papeis do carro
(desaparecem depois da Z ter levantado 10.000 Kwacha = 1.000 Mt no ATM e
entregue no balcão), obrigam-nos a ficar a dormir no carro na fronteira, apesar
dos muitos pedidos, idade, médico, professor etc.! Comemos pão, frutos e bebemos
uma garrafa de vinho rosé que comprei na AS (regular)! Encontro um SA que mete
conversa, pai do Lesotho mãe SA, 67 anos, de visita a um amigo no Malawi perto
da fronteira com Moçambique;
discutimos corrupção e más políticas dos governos africanos, estamos de acordo;
ele tem uma quinta no Lesotho, deixada pelo avô, quer produzir forragens para
rações, vacas e galinhas. Pede boleia, dizendo que com todas as verificações o
autocarro não sairá dali antes das 12 ou 13 horas de amanhã; nao tem problema. Estamos de pé, no meio a rua, em frente ao edifício
da fronteira. No chão perto, um grupo de mulheres deitadas conversa em Zulu
muito animadas (são do mesmo autocarro do meu amigo). Despeço-me e vou deitar-me no banco do surf.
quinta-feira, 26 de janeiro de 2017
SEAT 16 - 17: 9 de Janeiro
Segunda-feira, a Z acorda-me antes do sol aparecer, tratamos dos papéis da viatura e somos
o primeiro carro a entrar no Malawi. Com o meu amigo a entrar de boleia logo
depois do portão. Certinhos com a conduccao da Z passamos Mwanza (com placa à esquerda
para Campo de Refugiados) até Blantyre; levanto no ATM 20.000 Kwacha (2.000 Mt),
o SA compra 3 cervejas; pequeno-almoço no Wimpi, esta tudo caro; 100 K (10 Mt) de parque 15 minutos na rua principal (não tem
arrumadores ou guardadores!). Eu fiquei já sem vontade de gastar 1 Kwacha mais
neste país. Sigo ao volante para Limbe e Mulange, várias barreiras de polícia
na estrada mas não mandam parar. Paramos mais à frente numa aldeia, duas ou
três lojas; seguimos, quase perto da fronteira o
amigo SA fica no cruzamento para a aldeia onde se dirige, numa “barraca” de
paus e palha porque chove muito (depois de ter comprado um cartão de telemóvel
e telefonado ao amigo para avisar que estava a chegar). Passamos as duas
fronteiras rapidamente sem problemas e sem custos e em Milange tomamos o
“almoço”, encontrando um velho colega da BS, Técnico de Medicina, agora a
trabalhar no FW. A estrada está já melhorada, quase toda, até ao cruzamento
de Mocuba (Muavula). Mais 60 km de lama, poças e mato nocturno, alguma chuva,
lentamente até Malei. Depois estrada pista, avançamos rápidamente, chuva
bastante até Namacurra e Nicoadala. Jantar em casa com frango hallal e cervejas
da barraca, arroz, acompanhado na tribo com verdura e feijão.
Clima Matchwabo: casa 2.
10 de Janeiro
Terça-feira de manhã, saímos de Nicoadala, as machambas de arroz estão
cheias de pessoas a trabalhar; céu nublado; vamos para Quelimane. Visito o H (alta singularidade Hindu e o meu único contacto deste tipo em Quelimane) na
sua pequena loja, compro 3 CD de música MOZ classica, 3 filmes antigos em DVD por 100 Mt
(total 450 Mt); cafe no Xeque-Mate, depois compras de comida e bebida no super-mercado
Chinês. Regresso a Nicoadala, polícia não chateia, estrada
regular, pouco movimento; está muito calor, em casa o carro fica à sombra da mangueira, quase ja sem frutos;
jantar perto da ventoinha, conversas, filmes GoTV e descanso.
11 de Janeiro
Quarta-feira de manhã, vamos outra vez para Quelimane, tratar dos assuntos intrataveis. Transferencia... O O foi fazer exame de Química para
acesso à V e esperamos que termine para regressar a Nicoadala. Ler os
jornais na marginal, está um vento refrescante, algumas fotografias; os barcos
vão e vem de Inhassunge com muita gente, carro nenhum. Paragem no Mercado
Central para adquirir ameijoas e “todue” (uns búzios pequeninos do mar, com
tons de azul, petisco) depois de ter comprado os sacos de gelo para o “colman”,
para levar para Nampula. Regresso a Nicoadala sem história, um colega do O à boleia; à noite comemos um peixe bem assado com um branco fresco, 7 à mesa
(com uma amiga da E). Conversa e ultimos acertos.
domingo, 22 de janeiro de 2017
SEAT 16/17: 12 de Janeiro
Como de costume a saída atraza para as 11:30 da manha, paragem em
Mocuba para mata - bicho e cafe. Seguimos em frente, Z ate passar o controlo da PT, depois eu e um grupo de 5 militares manda parar na zona de desvio por terra da estrada; cumprimento em baixa velocidade e sigo. A Z retoma ao chegar a Nampevo,
mas a polícia não manda parar. Passo para o volante 20 km à frente. Ananás e banana
depois de Nampevo, paragem no Alto Molócue para uma sandes e uma chamussa com
coca-cola. O Centro de Saúde de Alto Ligonha esta já todo reabilitado, bonito. Passamos a ponte sobre o Rio Ligonha e entramos na Provincia de Nampula, sempre a rolar. Jantar de porco assado com batata frita na Fábrica da Cerveja a entrada de Nampula, cerveja Impala
(da fábrica) não tem; nao estava mal! Seguir 4 km e descarregar o carro às 20:30 em Marrere. Foram 7.500 km, 25 dias, 8 províncias de Moçambique, 5
países da África Austral Oriental. As pinturas rupestres dos pigmeus (Bushmen)
da Swazilandia de 2.000 AC (há 4.000 anos), o Grande Zimbabwe no Zimbawe de
1.400 (há 600 anos), Cahora Bassa de 1960, há 60 anos. Uma volta histórica!
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