10 de Outubro de 2008, Sexta-feira
Saímos do Complexo Turístico na marginal de Mocimboa da Praia não muito cedo, para ir levantar cash no ATM e dirigimo-nos a Norte, em direcção a Palma; 80 km de pista bem boa, vermelha, larga e lisa, em 1 h e 30 min. Igreja branca e estilizada à entrada, damos uma volta á vila, descemos a Palma Praia, procuramos a pensão; era o local de contacto para o caçador. Na pensão única, que de facto já tínhamos passado mesmo á entrada, perguntamos pelo caçador. Mandam-nos à casa junto à Igreja. O segurança liga por rádio para o acampamento e informa, em linguagem pitoresca, que há 2 visitantes para o Chefe caçador. Há-de vir. Vamos dar uma volta á praia, passando pelo bairro de palhotas mais em baixo e separado da vila de cimento por um desnível de 10 m. A população é aqui mais muçulmana, sem dúvida, enquanto na vila alta, construções portuguesas de pedra e cimento, um centro de saúde ainda em acabamentos finais, avenidas e praças de árvores enormes, nota-se menos a influência árabe. Nos postes do antigo porto, pássaros castanhos de bico preto rectangular alinham perfeitos, contrastando com as aves brancas e pretas de bico vermelho que passeiam na areia. As mulheres nas soleiras das casas tecem as esteiras coloridas típicas da zona. Regressamos á Pensão e pouco depois, o land cruiser aparece com o caçador, 1 motorista e 1 pisteiro; depois de uma breve introdução, o caçador convida-nos a um passeio no mato. Vamos pela pista limpa mas com muita areia, lentamente, apanhando o vento fresco e encontramos macacos, facoceros (parecidos com javalis), uma cabrita do mato (tem nome difícil que não decorei), vários coelhos e aves variadas, como o peru e a galinha do mato, os pombos e pardais verdes, pássaros vermelhos e azuis. Neste litoral de Cabo Delgado fala-se Makwé (dialecto que mistura Makwa, Maconde, Swaili, Árabe), os curandeiros são os Fundi, os feiticeiros os Nhawi. Paramos numa aldeia junto á praia, na costa a norte de Palma, para ir ver a ruína da velha mesquita. Um bando de 20 crianças forma-se rápida e espontaneamente como turma de guias, com muitos risos, correrias, palavras em várias línguas, e conduz-nos no trilho através do mato denso; os macacos sobem nas árvores, e a ruína aparece á esquerda, em pedra cinzenta, paredes grossas, nicho orientado a Meca; dizem não haver muitas cobras; indicam-nos outro trilho que penetra na floresta mais densa, escuro, com muitas trepadeiras, para chegar a outra ruína; hesitamos, decidimos não arriscar; tiramos fotografias do grupo, passamos a outro local com enormes pedras, aparentemente ali colocadas pelos homens, mesmo á beira do mangal. A miudagem está bem disposta e comunicativa. O sol vai fugindo atrás do continente e a água azul calmo do Índico, de morna que está, sabe maravilha. Regressamos à vila para um peixe bem fresco e melhor assado.
Saímos do Complexo Turístico na marginal de Mocimboa da Praia não muito cedo, para ir levantar cash no ATM e dirigimo-nos a Norte, em direcção a Palma; 80 km de pista bem boa, vermelha, larga e lisa, em 1 h e 30 min. Igreja branca e estilizada à entrada, damos uma volta á vila, descemos a Palma Praia, procuramos a pensão; era o local de contacto para o caçador. Na pensão única, que de facto já tínhamos passado mesmo á entrada, perguntamos pelo caçador. Mandam-nos à casa junto à Igreja. O segurança liga por rádio para o acampamento e informa, em linguagem pitoresca, que há 2 visitantes para o Chefe caçador. Há-de vir. Vamos dar uma volta á praia, passando pelo bairro de palhotas mais em baixo e separado da vila de cimento por um desnível de 10 m. A população é aqui mais muçulmana, sem dúvida, enquanto na vila alta, construções portuguesas de pedra e cimento, um centro de saúde ainda em acabamentos finais, avenidas e praças de árvores enormes, nota-se menos a influência árabe. Nos postes do antigo porto, pássaros castanhos de bico preto rectangular alinham perfeitos, contrastando com as aves brancas e pretas de bico vermelho que passeiam na areia. As mulheres nas soleiras das casas tecem as esteiras coloridas típicas da zona. Regressamos á Pensão e pouco depois, o land cruiser aparece com o caçador, 1 motorista e 1 pisteiro; depois de uma breve introdução, o caçador convida-nos a um passeio no mato. Vamos pela pista limpa mas com muita areia, lentamente, apanhando o vento fresco e encontramos macacos, facoceros (parecidos com javalis), uma cabrita do mato (tem nome difícil que não decorei), vários coelhos e aves variadas, como o peru e a galinha do mato, os pombos e pardais verdes, pássaros vermelhos e azuis. Neste litoral de Cabo Delgado fala-se Makwé (dialecto que mistura Makwa, Maconde, Swaili, Árabe), os curandeiros são os Fundi, os feiticeiros os Nhawi. Paramos numa aldeia junto á praia, na costa a norte de Palma, para ir ver a ruína da velha mesquita. Um bando de 20 crianças forma-se rápida e espontaneamente como turma de guias, com muitos risos, correrias, palavras em várias línguas, e conduz-nos no trilho através do mato denso; os macacos sobem nas árvores, e a ruína aparece á esquerda, em pedra cinzenta, paredes grossas, nicho orientado a Meca; dizem não haver muitas cobras; indicam-nos outro trilho que penetra na floresta mais densa, escuro, com muitas trepadeiras, para chegar a outra ruína; hesitamos, decidimos não arriscar; tiramos fotografias do grupo, passamos a outro local com enormes pedras, aparentemente ali colocadas pelos homens, mesmo á beira do mangal. A miudagem está bem disposta e comunicativa. O sol vai fugindo atrás do continente e a água azul calmo do Índico, de morna que está, sabe maravilha. Regressamos à vila para um peixe bem fresco e melhor assado.
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