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terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Roteiro dos caminhos difíceis

7 de Outubro de 2008, Terça-feira

Saímos de Pemba cedo, mas na aldeia logo a seguir, a polícia manda parar e mostra detector de velocidade, 68 km / h, seja 18 km acima do último sinal; 15 minutos para passar e pagar a multa de 1.000 meticais, continuamos ao sol; viragem à direita em Metuge, abandonando a estrada principal alcatroada, para chegar à entrada do Parque Nacional das Quirimbas; construção elevada em troncos e capim, homem fardado deitado por cima do portal; a pista está má, com piso ondulado fino e valas muitas e profundas obrigando a passar em segunda e diminuindo drasticamente a velocidade de cruzeiro. Em Mahate passamos pelo monumento Indígena e seguimos para Quissanga, onde apanha o barco quem quer ir para a Ilha do Ibo. A vila tinha pouca gente e os vários informadores todos garantiram que a pista para Mocojo estava intransitável há muitos anos; está no mapa, mas já não existe. Decepcionados por abandonar o litoral, voltamos para trás para apanhar o primeiro desvio à direita para Macomia e poupando uns 70 km de pista; que de facto também já não existia. No mapa sim, na realidade a floresta e os ribeiros tomaram conta. Obrigados a regressar a Mahate, viramos à direita para Dali, Bilibiza até Muaguide, saindo do parque nacional e passando à estrada de alcatrão muito razoável; subimos para Norte, contornando á nossa direita, o Parque, até Macomia. Entramos na vila bastante povoada. No cruzamento, mesmo à borda da estrada, uma pequena construção de blocos e cimento, pintada de amarelo, o “tak away” oferece biscoitos e latas, sandes variadas (!), outras comidas e bebidas frescas; o proprietário português informa que a pista para Mocojo está boa e se passa até Quiterajo (que vem indicado no mapa com alojamento, parque de campismo e possibilidade de mergulho). Voltamos a entrar no Parque Nacional, até Mucojo, 45 Km de pista renovada, areia vermelha, larga e boa. Chegamos à vila já de noite e viramos à esquerda para mais 38 Km até Quiterajo; a pista é difícil, com muita areia, terreno duro e com corgas, muitas curvas, mato denso e apertado, pontes e muita bosta de elefante, mais e menos fresca. Estamos já fora do Parque Nacional das Quirimbas. Muito contentes de chegar a Quiterajo, deparamos com uma única pessoa; o próprio guarda do Parque de Campismo, que só funciona durante o dia e mediante aviso da sede em Pemba. Outro alojamento não há, mergulho nem pensar, e onde comer, só amanhã. O Guarda procura informar-se sobre os nossos objectivos: queríamos subir junto à costa. Mas para Mocimboa da Praia não se passa, há vários anos que a pista está intransitável. Convida-nos a parquear nas suas instalações, indicando o caminho para a entrada na vedação singela e estacionamos debaixo da mangueira. Diz-nos que vai informar o Chefe de Posto que chegaram dois visitantes enganados, um casal, que ficarão esta noite para amanhã retomar caminho. Preparamos o acampamento inside Surf, comemos bolachas, amendoim, caju e bananas, água e sumo de maracujá. O guarda regressou e ligou a música. A noite é bela e as estrelas incontáveis.

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