Não
tive oportunidade de ver as igrejas subterrâneas, contentei-me com a catedral na praça central de Addis. Cheguei no Domingo
a Nampula 10 minutos adiantada a LAM de Nairobi, depois de ter que
comprar um visto de transito por 20 $US porque a mala não cabia na cabine do
avião da Etiópia e tiveram que pôr no porão. Atravessei a praça, perguntei duas
vezes, fumei um cigarro depois de comprar fósforos porque o isqueiro mini ficou
retido na saída de Addis. Em Pemba foi rápido e em Nampula parece que só saímos
nós os dois. A semana foi
produtiva, com o brother IH, aprendemos a escrever investigação para
as revistas de marca! Podíamos com certeza dar um contributo óptimo para a
formação dos docentes e para o desenvolvimento da política científica da FCS.
Hwo knows? O grupo era animado, de muitos países, organização do Kenia, African
Population Health Research. O Hotel estava nice, bons pequenos-almoços e
refeições, vi muitos noticiários, euro news,
al jaezera, BBC and so on. Apaguei o AC no segundo dia. Os cortes de energia
repetidos no inicio da noite lembravam Nampula. Daí uma vez ao fim da tarde com
o Manuel, acompanhou-nos por acaso um dos empregados do restaurante que ia para
casa, passámos pela catedral, em que o Padre falava alto no altifalante, muitos
a orarem à volta, pequena rua de barracas de venda de quadros, fotografias,
adereços de santos, virgem, pessoas vestidas singularmente a que se agradecem
preces; estamos na praça principal, onde passa em viaduto o eléctrico; em frente
o Museu do Terror Vermelho e o Museu de Addis Ababa, O Parque Desportivo;
continuamos para entrar, depois de revistados, em um parque de casamentos,
jardim e árvores enormes, com hotel e câmbio (o IH foi trocar dolars em
Birr); depois o estádio de futebol e por baixo um bar popular, uma cerveja cold
gold, consistente; tranquilo, boa música, conversa ligeira. Regressámos na boa,
o IH deu-lhe alguma coisa para a passagem, subimos a colina!
Passados
717 anos do plano do Rei D. Dinis, o reino da Etiópia está muito diferente. No
entanto, a presença cristã ortodoxa é manifesta. Conta-se que o enviado do Rei
de Portugal chegou aqui com os homens das Caravelas, que ficou bastante tempo e
chegou mesmo a converter o Soberano reinante ao cristianismo católico; episódio
que terá durado uns 30 anos, sendo finalmente resolvido com guerra para a reposição
da Igreja Ortodoxa. O país dos mais antigos de África, talvez anterior ao
Egipto, nunca colonizado (ocupado 3 anos pelos Italianos na segunda guerra
mundial). Addis Ababa, “nova flor”, situada a uma altitude de 2.800 m, rodeada
de montanhas com florestas, capital criada há 100 e tal anos por Mengisto,
unificador do reino, retirando a antiga capital do Norte para o Centro. Apoio
de Cuba (influencia socialista da década de 60 / 70), 30 anos de guerra com a
Somália, uma guerra civil de 100 anos. Os monumentos antigos encontram-se a 300
ou 1.000 km daqui. O país tem 102 milhões e a cidade talvez 6. O Armárico,
língua oficial, é completamente inteligível para mim, o alfabeto é um enigma –
não se consegue perceber nada. Embora haja negros Banto e várias misturas, a
fisionomia dominante é “Nilótica”: cor escura, feições esbeltas, cabelos lisos.
As mulheres podem ser bonitas, homens menos. Construções astronómicas por todo
o lado, arranha céus, muitas aparentemente paradas; a China está a construir
uma sede moderna monumental para a União Africana; tem viadutos, eléctrico,
transporte urbano e chapa, táxi por todo o lado, tráfico intenso, montes de
gente na rua, desportistas, pobres, sem abrigo, negócios de banca 0,5 m2,
pedintes, disponíveis para ajudar, soldados armados, muita polícia, proíbem
fotografias.
Comprei
4 cds mas um não funciona. A música mostra uma forte influência oriental, com
bocados muito bons, quer na mais tradicional ou na moderna. Para as Panteras
custou-me os olhos da cara os vestidos tradicionais com a cruz ortodoxa, mas
ficaram bonitas. Não podia faltar o café, dizem eles o primeiro e o melhor do
mundo, para o qual tem até uma cerimónia. Os homens mostraram o modo de dança
muito particular com a articulação ritmada e alternada dos ombros.
Na quinta-feira à noite, buffet animado com música e drinks, a malta
conversou e dançou, riu-se bastante. Mas já tinha encontrado um anarquista, do
Uganda, o Patrick, no pátio para fumar, onde á noite, com um frio desgraçado,
acendiam vários bicos sofisticados e potentes de gaz; ele esteve sempre sentado
ao meu lado, sem de facto termos previamente contactado. Aí encontravam-se
Etíopes corpulentas, a oferecer massagens magníficas e completas, mesmo a
sugerir outras intervenientes. Mas a hora de despertar era ás 7 para estar a
funcionar às 8:30, uma hora mais tarde que em Moçambique. Estes Etíopes são
loucos! Mas conduzem pela direita.
De regresso re instalo a sandes de presunto
e uma tónica, a hora aerozen diária, tendo em conta o deficit da semana passada. Tudo normal, gris gris dos insectos nocturnos, todos à
espera de chuva!
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