“Na
década de 90, a comunidade internacional inicia um processo para pôr fim à
Guerra civil em Moçambique. Em 15 anos tinha reduzido o país a um caos. No
início dos anos 90 tinham morrido mais de um milhão de pessoas e cinco milhões
foram arrancados das suas casas, numa população total de 18 milhões. Mais de 90
% da população vivia abaixo do limiar de pobreza e desses 60 % estavam na
pobreza absoluta. Para evitar a fome das massas, Moçambique precisava da ajuda
externa.
O
Governo da Frelimo e o movimento rebelde da Renamo foram incitados pelos parceiros
internacionais à negociação, que se foi prolongando. Tendo a Renamo iniciado
como um movimento regional, primeiro com os brancos da Rodésia e depois da
África do Sul, ganhou uma reputação de crueldade extrema, realizando massacres
brutais, mutilações e militarizando crianças; mas também conseguiu apanhar o
descontentamento enraizado nas comunidades com as políticas autoritárias da
Frelimo, ficando a controlar vastos territórios no centro e norte de
Moçambique. Quando se propõe à Renamo de participar numa nova ordem política em
1992, ela está de acordo em desmobilizar o exército, transformar-se num partido
político e concorrer a eleições. O acordo de paz foi assinado em Roma a 4 de
outubro.”
Martin
Meredith. Black Gold. The State of Africa. Simons & Schuster. London. 2011.
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