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Na Baía de Nacala!

Alfacinha

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Luso calaico

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terça-feira, 29 de junho de 2010

A doce insignificancia do estar

Imagina caminhar num solo em que as pegadas desaparecem em poucos segundos?

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Au revoir

20 de Junho

O dia nasce cinzento com temperatura fresca. A dona da casa procura saber o que faz falta para a primeira refeição; mas a mesa já estava bem servida: o mata bicho tem inhame, chima, “galinha em sal”, ovos estrelados, papaia, laranja, chá, café, água. A nossa anfitriã é muito bem disposta, fácilmente às gargalhadas, nascida em Quelimane também se exprime em “Manhawa” (língua de Lugela, uma mistura de Lomwe com palavras Nguni ou Angune). Depois do repasto carregamos 5 batuques: 2 foram vítimas da grande batucada (peles rompidas) e ficarão para reparação. Visitamos o Centro de Saúde, para ver os estragos anunciados nas coberturas tradicionais dos pre fabricados; atravessamos o mercado cheio de gente a esta hora do Domingo e fazemos-nos à pista, em muito mau estado, em direcção a Mocuba e Quelimane. Aparece o sol e paramos no blindado abandonado à entrada da vila, fóssil da guerra civil, para registo memorável.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Rica terra

19 de Junho de 2010

Até à capital de Moçambique, proposta por Samora Machel por se encontrar no centro do país, são 2 horas de alcatrão bem liso sem problemas. Atravessamos a ponte nova e depois de hora e meia para fazer 50 km desde Mocuba, na pista má, cheia de buracos, zonas de lama funda, algumas derrapagens (tração não estava ligada), “tole ondulée”, pequenos choviscos, chegamos a Lugela ao fim da tarde. No “Mussaca”, albergue construido com materiais e arquitectura local, estavam à nossa espera e escolhemos os quartos. Os lençois são de pano muito branco e grossos, cheiram tão bem a lavado! O moço pergunta logo se quero ver os batuques que tinha já antes encomendado e pago, ao que respondo imediatamente que sim. Os 7 batuques encontram-se muito bem expostos, alinhados num banco na cabana dos jogos: muito potentes, baixos, pesados, fechados na base, 2 com um alto relevo rectangular, os mais pequenos. Chegam os 4 rapazes, muito jovens, que vão tocar e veêm cumprimentar. Pouco depois, apresenta-se a autoridade comunitária, o Sr. Francisco Lampião Alfaiate, líder do grupo de música, dança e cantares. Passamos à refeição, de arroz, chima, galinha, caril, ensopado de cabrito, piri piri, cerveja, refresco, água, na cabana destinada a restaurante. Vamos falando das histórias da terra, dele, um senhor de 65 anos muito bem conservado, da guerra, dos locais, caminhos e tradições, mitos até e histórias para crianças. Duvidam que eu não acredite na cobra de 7 cabeças que saiu da pedra da montanha e causou muito prejuízo. Depois da fruta, passamos ao exterior, para o pequeno recinto plano onde se prepara a batucada: 5 batuqueiros, 7 batuques, 10 dançarinas cantadeiras, 1 mestre de grupo, arrancam em cheio, com energia, muito ritmo e ótimo som. Os coros das mulheres, desafiados pelo solo do homem, clamam heróis antigos. As vozes daquelas mulheres, em melodias polifónicas, ressoam com a terra e o ar denso. As canções falam sobre histórias passadas há muito tempo, das famílias, suas alegrias e tristezas, amores e traições. As danças são agitadas e rápidas. As dançarinas principais, que alternam, vão desafiando e provocando os batuqueiros. As obras duram quase sempre muito (10 min) e os intervalos são curtos. O grupo irá actuar toda a noite, durante cerca de 7 horas, bebendo zed, sempre com alto nível! O céu agora limpo e estrelado, vai-se cobrindo e começa a chuviscar. Ninguém parece notar, um pouco abrigados pelo cajueiro. Acende-se um fogo para dar algum calor e claridade. Está fresco – vestir blusão! O ritmo acelera, o tom aumenta. A noite de Lugela, no meio da floresta tropical húmida, leva-nos ao centro da mãe terra.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Tratado de História das Religiões 2

A ideia da regeneração periódica do tempo pela repetição simbólica da cosmogonia: em todos os planos – desde a cosmologia à soteriologia – a ideia da regeneração está ligada à concepção de um tempo novo, quer dizer, à crença num começo absoluto ao qual o homem pode, por vezes ter acesso.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Tratado de História das Religiões

Nostalgia do Paraíso: a necessidade que o homem experimenta constantemente de realizar os arquétipos até aos níveis mais vis e mais “impuros” da sua existência imediata; a nostalgia das formas transcendentes – do espaço sagrado.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

História das Religiões 2

A continuidade dos lugares sagrados demonstra a autonomia das hierofanias; o sagrado manifesta-se segundo as leis da sua dialetica própria e esta manifestação impôe-se ao homem de fora.

Hierofania = crença no sagrado
Hierologia = estudo das diversas religiões
Cratofania = “adoração” da terra

segunda-feira, 14 de junho de 2010

História das Religiões

É na mítica agrária pré-histórica que se encontra uma das principais raízes do optimismo soteriológico: tal como a semente escondida na terra, o morto pode ter esperança num regresso à vida sob uma forma nova.

Soteriologia = estudo da doutrina da salvação