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sábado, 20 de março de 2010

Para onde vamos?

Despertos para caminhar em frente, temos que saber onde estamos. Questionamos o que fazemos: Correcto? Eficaz? Eficiente? Onde começamos, o que conseguimos, o que queremos, o que podemos conseguir? Rompemos rotinas e barreiras, desafiamos novos caminhos. A mudança é a constante da vida! A responsabilidade é nossa!

segunda-feira, 15 de março de 2010

Estreia

11 de Março 2010

Ainda está escuro mas existem logo acima do horizonte Este alguns pedaços de céu azul claro. A tripulação está a postos e saímos lentamente do Porto de Pesca para os Bons Sinais. Será uma viagem de cerca de 100 km, quase todos no mar. Aparece o clarão amarelo avermelhado a bombordo quando avançamos pelo canal em direção ao Índico, estando já o dia pleno quando aí chegamos. Pouco movimento, raras canoas, algumas pessoas nas aldeias da margem esquerda.

O vasto oceano está calmo, as ondas são seguras, o céu bem azul forte sem nuvens. Viramos a estibordo, direção Sudoeste, contornando Inhassunge, passamos em frente da Capitania de Olinda, farol branco, é visível o estrago dos coqueiros. Passamos a entrada para o canal de atalho (em direção ao Seminário de Mucupia e Quelimane) e continuamos ao longo de uma costa de dunas impressionantes. Lentamente (9 km / h) o barco vai baloiçando em direção à foz do Rio Zambéze ao longo da linha amarelo verde baixa a oeste, já Distrito de Chinde.

Avistamos primeiro uma faixa de casuarinas ainda em praias de Micaun, entramos numa zona bem delimitada de àgua castanha, logo a seguir avistamos o grande espaço liso correspondente à entrada do Zambéze e à esquerda a antena de comunicação da Vila de Chinde, rodeada de coqueiros. Aproximamos-nos da foz mas somos obrigados a recuar, pelas ondas agitadas em rebentação criadas pelos bancos de areia, refazendo a aproximação mais a norte em zona mais calma. Algumas pessoas tomam banho na praia, várias canoas de pescadores trabalham com redes, um grupo grande de pessoas perto de uma tenda no alto da duna são os deslocados das inundações.

domingo, 14 de março de 2010

Cabotagem

12 de Março 2010

Vamos a pé do centro da vila até ao porto improvisado. A maré começou a vazar e fá-lo rápidamente. Temos pressa em sair mas houve alguns atrazos. Está muito humido e enevoado. Largamos a praia de Chinde em direção ao mar, prescutando a linha de rebentação ondulante branca no horizonte. A agua cor de barro quando se eleva imita um morro a subir. Tentamos aquilo que parece a zona mais calma e seguimos. Mas as ondas começam a crescer, o barco executa piruetas, o piloto vai parando o motor e retomando a rota perpendicular aceleradamente para vencer o obstaculo. Pouco mais e estamos fora da zona agitada, virando a bombordo rumo a nordeste.

Mais à frente passamos o limite bem definido entre as águas do Zambéze e o mar, com uma mudança radical de cor para o esverdeado, numa linha espumosa interminável. A umas 8 milhas da costa avistam-se 2 pesqueiros industriais de porte médio. Passam alguns barcos de pescadores ao longe, vela triangular; está bastante calor apesar do vento fresco. As medusas na àgua são raras. Os cumulos brancos dispersos e baixos enfeitam o céu muito azul e temperam o clima.

Pouco antes da entrada dos Bons Sinais – Rio Cuacua, a sul ainda em frente a Inhassunge, depara-se com uma nova linha de cristas brancas, elevando-se harmoniosa e concertadamente no horizonte. As ondas, altas de 4 ou 5 metros, chegam-nos paralelas ao barco, tornando-se imperioso distanciar-nos da costa virando a estibordo. O perigo destas situações é que correspondem à existência de bancos de areia, que podem ser fatais no caso de ondulações extremas. O piloto concentra-se e após algumas subidas e descidas imponentes saímos da zona de agitação sem problema.

Mais a Norte temos a primeira boia e viramos a bombordo, entrando no canal para chegar a Quelimane em cerca de uma hora. Não é difícil de imaginar que há 500 anos atráz esta era a foz do Rio Zambéze e não Chinde, 80 Km mais a Sul. Vamos cruzando com um tráfico intenso, canoas e barcos de pescadores, uns remam, outros com velas triangulares multicores de farrapos vários de pano e plástico, outros arrastam as redes, outros transportam os sacos de carvão para as cozinhas da cidade. Sobre o mangal do horizonte destacam-se os 2 volumes principais da urbe, o Banco de Moçambique e o Hotel Chuabo.