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terça-feira, 24 de maio de 2011

Sera dificil perceber

Crises políticas populares nos países do Norte de Africa e na península arábica, crise económica no mundo, mais grave na Grécia, Islândia ou na Irlanda, agora também na Espanha e Portugal (em que eleições antecipadas com campanha já em curso baralham um pouco as ovelhas). Muito descontentamento em muitos países africanos e outros europeus, no Japão mesmo. Onde as economias nacionais, regionais ou intercontinentais estão em crise, demonstra-se o abuso imenso e prolongado do poder (económico, religioso, político, militar) na exploração dos povos e dos recursos naturais. O esbanjamento de riqueza, por muito poucos, em bens de fachada, de estatuto, de velhos e novos ricos, sem qualquer reprodutividade, enquanto milhões de povos, lutam diáriamente pela água indispensável. Podemos passar para a outra margem?

Sera dificil perceber

Crises políticas populares nos países do Norte de Africa e na península arábica, crise económica no mundo, mais grave na Grécia, Islândia ou na Irlanda, agora também na Espanha e Portugal (em que eleições antecipadas com campanha já em curso baralham um pouco as ovelhas). Muito descontentamento em muitos países africanos e outros europeus, no Japão mesmo. Onde as economias nacionais, regionais ou intercontinentais estão em crise, demonstra-se o abuso imenso e prolongado do poder (económico, religioso, político, militar) na exploração dos povos e dos recursos naturais. O esbanjamento de riqueza, por muito poucos, em bens de fachada, de estatuto, de velhos e novos ricos, sem qualquer reprodutividade, enquanto milhões de povos, lutam diáriamente pela água indispensável. Podemos passar para a outra margem?

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Celebração de vitória

Saindo da via principal Namacurra – Macuse, viramos à esquerda por uma pista estreita, sinalisada, cheia de buracos com água. Serão cerca de cinco kilometros até ao mar, passando a casa da família do antigo Bispo de Quelimane, o mercado e a ponte. Arrumo o carro em cima da duna e o vento do mar refresca os ânimos. A praia, vastíssima e plana na maré baixa, revela ao longe no Sul um enorme ferry boat encalhado. Um pescador estende o peixe a secar num oleado. Outros, a dois, pescam à rede na zona baixa de rebentação. Barcos pintados e com nome descansam no limite da maré alta. As crianças aproximam-se e trocamos exercícios de tai chi. A água está limpa e com uma temperatura ótima, o banho agrada. Hoje é Domingo, mas os dois carpinteiros navais, muçulmanos, atarefam-se sobre um esqueleto de embarcação, casco meio feito. A linha de casuarinas perde-se no horizonte longinquo, mais a norte, até à ilha fluvial de Maroda. Aí, todos os que nascem, recebem o feitiço: ficam Mukwiri!

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Praia só

A água estava ótima, quase fresca e bastante limpa. O mar fartou-se de dar peixe, muito “Pedra”. Na vasta extensão de areia bem plana e lisa, reunem-se ao longe pescadores chegados e compradores de longe. Hoje temos iguaria especial, “nhanhombo” de camarão, caules de nenufares, paladares finos e texturas temperadas de leite de coco.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Exegese

A chuva vai caindo, por episódios, às vezes pesada mas mais frequentemente chuviscos. É já noite escura (18 horas) e não há estrelas. Preparo-me para organisar o jantar, arroz de Leitão com legumes, salada mista. Duas de treta e vamos tomar café à Pizaria. O avião da LAM hoje, excecionalmente, chegou a horas e está a descolar.

Assim vai correndo a espuma dos dias, entre nada e quase zero. Tempo é uma dádiva de “Deus”, ninguém pode reinvidicar. Os temas e as ideias sucedem-se. O pântano absorve todas as capacidades de estruturação. Entre as empresas que adormeceram e as casas que apodreceram, a ausência de interlocutores começa a parecer-me óbvia e até imponente.

Portanto, é preciso tomar uma decisão. Poderá haver um elemento exterior determinante na decisão, não é inabitual, gota de água ou viragem estratégica, essa é a “graça” da vida. Não está fácil! O desperdicio de produtividade para o bem é uma patologia social. Há outras. Mas esta é gritante pelas necessidades reais da população. Pequeno exemplo da dinâmica do pântano.

Baixando ao nível da terra mais terra, duas vezes ao dia invadida pela maré, percebe-se que a raça é unanime na dificuldade da construção positiva; apesar das muitíssimas demonstrações colectivas de solidariedade, altamente promovidas e mediatizadas, o sentido geral è do “diabo”, egoista e estúpido. Já nem falo na Fortaleza Dourada. Não há “Profeta” que os oriente. Não há “Deus “ que os salve!

Predomina o animal: alimentação, segurança e afecto. O que muitas vezes, aqui, é quase impossível de conseguir. Mas a resistência da gente é tamanha. E prossegue, às vezes violentamente, maioritariamente contemplativa e expectante, através de invasores e modas, crises e catástrofes. Existe um caminho melhor? Um percurso seguro? Têm muitos “curandeiros” que adivinham o futuro; são futuros pessoais reais; tem muitos economistas que especulam nas bolsas mundiais; são consequências devastadoras.

A deceção da realidade só pode ter a ver com o nível de expectativa que foi colocado demasiado alto. Por quem? Influenciado pelos avós, pais, escolas e sociedade em geral. Uma toxicodependência inconscientemente induzida para a comercialização de antídotos: profissão, família, consumo. Portanto, trata-se de re centrar a realidade.