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sábado, 20 de janeiro de 2018

África no início do 3º milénio!


“A maior parte dos países africanos sofreram de forma gravosa nas mãos dos seus Grandes Homens e as suas elites reinantes. A sua preocupação acima de todas as coisas, tem sido segurar o poder para se enriquecerem. O sistema patrimonial que utilizam para se sustentar no poder sugou enormes quantias dos recursos dos estados. Adquiriram ainda outras riquezas actuando como “porteiros” para as empresas estrangeiras. Muita desta riqueza adquirida foi mal gasta em vidas de luxo e desviada para o estrangeiro em contas bancárias e investimentos. O Banco Mundial estima que 40 % da riqueza privada africana se encontra em paraísos fiscais. A sua cobiça pela riqueza disseminou uma cultura de corrupção que penetrou todos os níveis da sociedade. Um relatório da União Africana em 2002 estimava que a corrupção custava anualmente à África 148 biliões de dólars americanos – mais de um quarto do produto interno bruto do continente. Resultados de uma investigação publicada em 2010 estimavam que pelo menos 850 biliões $EUA tinham sido desviados de África desde 1970.”


Martin Meredith. Black Gold. The State of Africa. Simons & Schuster. London. 2011.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Onde está o problema? Aprendamos com África!


“A enorme ajuda externa que entra em África, quer seja da China ou do Ocidente, não traz soluções definitivas. Porque o somatório das infelicidades africanas durante o meio século passado - as guerras, os déspotas, a corrupção, as secas, a violência diária – configura uma crise de dimensão muito maior. No centro da crise está o falhanço dos líderes africanos na prestação de uma governação efectiva. Poucos países tiveram a experiência de uma liderança sábia ou competente. A África do Sul, na era pós-apartheid, surge como um estado democrático bem gerido, com instituições fortes e um sistema de controlo e balanço bem apoiado numa Constituição moderna. O Botswana destaca-se sendo o único exemplo de uma democracia multipartidária resistente, com um registo de gestão económica com bons resultados, que utilizou a riqueza diamantífera para o desenvolvimento nacional e manteve uma administração livre de corrupção.”


Martin Meredith. Black Gold. The State of Africa. Simons & Schuster. London. 2011.

22.12.2017


Água na torneira, não há. Energia, melhorou. Um rato, anda à solta. A lua está crescente; as nuvens acumularam-se e os trovões, fortes, fizeram a sua aparição; a chuva reteve-se. Espera-se El Nina!

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Clima de floresta tropical húmida!


Ventos fortes,


Muita água nos rios,

Barragem de Nacala tem que descarregar...


Outras situações?

Moçambique, anos 90!

“Na década de 90, a comunidade internacional inicia um processo para pôr fim à Guerra civil em Moçambique. Em 15 anos tinha reduzido o país a um caos. No início dos anos 90 tinham morrido mais de um milhão de pessoas e cinco milhões foram arrancados das suas casas, numa população total de 18 milhões. Mais de 90 % da população vivia abaixo do limiar de pobreza e desses 60 % estavam na pobreza absoluta. Para evitar a fome das massas, Moçambique precisava da ajuda externa.
O Governo da Frelimo e o movimento rebelde da Renamo foram incitados pelos parceiros internacionais à negociação, que se foi prolongando. Tendo a Renamo iniciado como um movimento regional, primeiro com os brancos da Rodésia e depois da África do Sul, ganhou uma reputação de crueldade extrema, realizando massacres brutais, mutilações e militarizando crianças; mas também conseguiu apanhar o descontentamento enraizado nas comunidades com as políticas autoritárias da Frelimo, ficando a controlar vastos territórios no centro e norte de Moçambique. Quando se propõe à Renamo de participar numa nova ordem política em 1992, ela está de acordo em desmobilizar o exército, transformar-se num partido político e concorrer a eleições. O acordo de paz foi assinado em Roma a 4 de outubro.”


Martin Meredith. Black Gold. The State of Africa. Simons & Schuster. London. 2011.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Moçambique, 1975.


“Em setembro de 1974 Portugal concedeu o poder à Frelimo, mediante um período de transição de nove meses. Poucas horas depois da notícia, brancos de direita iniciaram uma revolta que foi derrotada. O êxodo dos brancos aumentou. Na altura em que Moçambique fica independente, junho 1975, o país tinha perdido a maioria dos funcionários administrativos, gerentes, técnicos, operários e comerciantes. Cerca de 200.00 brancos fugiram de Moçambique, abandonando quintas, fábricas e casas.
Desafiando as carências críticas de pessoal especializado, o líder da Frelimo, Samora Machel, lançou-se na transformação da luta de libertação numa revolução total, utilizando o Marxismo-Leninismo como a linha orientadora. A Frelimo legisla uma série de Decretos lei nacionalizando quintas, negócios e fábricas; introduz a planificação económica centralizada; determina produção agrícola coletiva; e tenta uma estratégia de “aldeamento” semelhante ao programa ujamaaa da Tanzânia. Grupos de ativistas partidários (grupos dinamizadores) foram enviados para fábricas, escritórios, negócios, hospitais, escolas e municípios para reforçar a linha do Governo. No seu objetivo de modernização, a Frelimo também se lançou na limpeza dos tradicionalismos culturais e fundiários para eliminar a influência dos Régulos e dirigentes locais. A Igreja Católica e os seus aderentes foram outro alvo. A Frelimo decretou o fim dos festivais e cerimónias religiosas, apoderou-se das propriedades da igreja e proibiu as atividades na educação e no casamento. As religiões tradicionais foram também proscritas.
“”O nosso fim””, declara Machel em 1977, “”não é ostentar uma bandeira diferente da dos Portugueses, ou realizar eleições gerais – mais ou menos honestas – em que os pretos, no lugar dos brancos, são eleitos, ou ter um presidente preto em vez de um governador branco…afirmamos que o nosso objetivo é conseguir a independência total, para estabelecer o poder do povo, para construir uma nova sociedade sem exploração, para benefício de todos aqueles que se consideram Moçambicanos!””.
Estes sentimentos excelentes, demonstraram-se ruinosos. As políticas de Machel provocaram um descontentamento geral que eventualmente alimentou a guerra civil.”


Martin Meredith. White Dominoes. The State of Africa. Simons & Schuster. London. 2011.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Esta não sabiam de certeza!


“Mobuto in Congo in the 1970s, changed the name of the country to Zaire, a name derived by the Portuguese from a Kikongo word, Nzadi, meaning vast river”. 

Martin Meredith, The State of Africa.

Africa first...


“In Benin in the 1970s, the institutions were found to be hierarchical, authoritarian and highly bureaucratic, leading to failure to perform essential tasks, to waste and inefficiency. The personnel, apart from being in many cases unqualified or ill-qualified, tended to be idle, undisciplined, arrogant and above all corrupt, so that fraud as well as inefficiency abounded within the parastatal sector.” 

Martin Meredith, The State of Africa.

Dezembro 2017

Primeira chuva equatorial, grande ventania, relâmpagos perto e trovões, ruas cobertas de água, caem árvores e voam telhados de chapa desde o fim da tarde, energia vai e vem, quando vem em baixa tensão…Mais tarde acalmou, limpou um pouco, veem-se estrelas por cima, Orion está lá. A poente, nuvens muito negras; as nuvens brancas vêm rápido do mar, mas a noite está clara; ao longe a claridade dourada da cidade de cimento, abre-se uma nesga nas nuvens e sai a lua grande que inicia o quarto decrescente. O concerto dos pássaros é intenso e variado; a amiga águia pia no alto do penedo. Está uma temperatura ótima!

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Etiopia.

Não tive oportunidade de ver as igrejas subterrâneas, contentei-me com a catedral na praça central de Addis. Cheguei no Domingo a Nampula 10 minutos adiantada a LAM de Nairobi, depois de ter que comprar um visto de transito por 20 $US porque a mala não cabia na cabine do avião da Etiópia e tiveram que pôr no porão. Atravessei a praça, perguntei duas vezes, fumei um cigarro depois de comprar fósforos porque o isqueiro mini ficou retido na saída de Addis. Em Pemba foi rápido e em Nampula parece que só saímos nós os dois. A semana foi produtiva, com o brother IH, aprendemos a escrever investigação para as revistas de marca! Podíamos com certeza dar um contributo óptimo para a formação dos docentes e para o desenvolvimento da política científica da FCS. Hwo knows? O grupo era animado, de muitos países, organização do Kenia, African Population Health Research. O Hotel estava nice, bons pequenos-almoços e refeições, vi muitos noticiários, euro news, al jaezera, BBC and so on. Apaguei o AC no segundo dia. Os cortes de energia repetidos no inicio da noite lembravam Nampula. Daí uma vez ao fim da tarde com o Manuel, acompanhou-nos por acaso um dos empregados do restaurante que ia para casa, passámos pela catedral, em que o Padre falava alto no altifalante, muitos a orarem à volta, pequena rua de barracas de venda de quadros, fotografias, adereços de santos, virgem, pessoas vestidas singularmente a que se agradecem preces; estamos na praça principal, onde passa em viaduto o eléctrico; em frente o Museu do Terror Vermelho e o Museu de Addis Ababa, O Parque Desportivo; continuamos para entrar, depois de revistados, em um parque de casamentos, jardim e árvores enormes, com hotel e câmbio (o IH foi trocar dolars em Birr); depois o estádio de futebol e por baixo um bar popular, uma cerveja cold gold, consistente; tranquilo, boa música, conversa ligeira. Regressámos na boa, o IH deu-lhe alguma coisa para a passagem, subimos a colina!

Passados 717 anos do plano do Rei D. Dinis, o reino da Etiópia está muito diferente. No entanto, a presença cristã ortodoxa é manifesta. Conta-se que o enviado do Rei de Portugal chegou aqui com os homens das Caravelas, que ficou bastante tempo e chegou mesmo a converter o Soberano reinante ao cristianismo católico; episódio que terá durado uns 30 anos, sendo finalmente resolvido com guerra para a reposição da Igreja Ortodoxa. O país dos mais antigos de África, talvez anterior ao Egipto, nunca colonizado (ocupado 3 anos pelos Italianos na segunda guerra mundial). Addis Ababa, “nova flor”, situada a uma altitude de 2.800 m, rodeada de montanhas com florestas, capital criada há 100 e tal anos por Mengisto, unificador do reino, retirando a antiga capital do Norte para o Centro. Apoio de Cuba (influencia socialista da década de 60 / 70), 30 anos de guerra com a Somália, uma guerra civil de 100 anos. Os monumentos antigos encontram-se a 300 ou 1.000 km daqui. O país tem 102 milhões e a cidade talvez 6. O Armárico, língua oficial, é completamente inteligível para mim, o alfabeto é um enigma – não se consegue perceber nada. Embora haja negros Banto e várias misturas, a fisionomia dominante é “Nilótica”: cor escura, feições esbeltas, cabelos lisos. As mulheres podem ser bonitas, homens menos. Construções astronómicas por todo o lado, arranha céus, muitas aparentemente paradas; a China está a construir uma sede moderna monumental para a União Africana; tem viadutos, eléctrico, transporte urbano e chapa, táxi por todo o lado, tráfico intenso, montes de gente na rua, desportistas, pobres, sem abrigo, negócios de banca 0,5 m2, pedintes, disponíveis para ajudar, soldados armados, muita polícia, proíbem fotografias.

Comprei 4 cds mas um não funciona. A música mostra uma forte influência oriental, com bocados muito bons, quer na mais tradicional ou na moderna. Para as Panteras custou-me os olhos da cara os vestidos tradicionais com a cruz ortodoxa, mas ficaram bonitas. Não podia faltar o café, dizem eles o primeiro e o melhor do mundo, para o qual tem até uma cerimónia. Os homens mostraram o modo de dança muito particular com a articulação ritmada e alternada dos ombros.

Na quinta-feira à noite, buffet animado com música e drinks, a malta conversou e dançou, riu-se bastante. Mas já tinha encontrado um anarquista, do Uganda, o Patrick, no pátio para fumar, onde á noite, com um frio desgraçado, acendiam vários bicos sofisticados e potentes de gaz; ele esteve sempre sentado ao meu lado, sem de facto termos previamente contactado. Aí encontravam-se Etíopes corpulentas, a oferecer massagens magníficas e completas, mesmo a sugerir outras intervenientes. Mas a hora de despertar era ás 7 para estar a funcionar às 8:30, uma hora mais tarde que em Moçambique. Estes Etíopes são loucos! Mas conduzem pela direita.


De regresso re instalo a sandes de presunto e uma tónica, a hora aerozen diária, tendo em conta o deficit da semana passada. Tudo normal, gris gris dos insectos nocturnos, todos à espera de chuva!

Festas 17 para 18!