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quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Etiopia.

Não tive oportunidade de ver as igrejas subterrâneas, contentei-me com a catedral na praça central de Addis. Cheguei no Domingo a Nampula 10 minutos adiantada a LAM de Nairobi, depois de ter que comprar um visto de transito por 20 $US porque a mala não cabia na cabine do avião da Etiópia e tiveram que pôr no porão. Atravessei a praça, perguntei duas vezes, fumei um cigarro depois de comprar fósforos porque o isqueiro mini ficou retido na saída de Addis. Em Pemba foi rápido e em Nampula parece que só saímos nós os dois. A semana foi produtiva, com o brother IH, aprendemos a escrever investigação para as revistas de marca! Podíamos com certeza dar um contributo óptimo para a formação dos docentes e para o desenvolvimento da política científica da FCS. Hwo knows? O grupo era animado, de muitos países, organização do Kenia, African Population Health Research. O Hotel estava nice, bons pequenos-almoços e refeições, vi muitos noticiários, euro news, al jaezera, BBC and so on. Apaguei o AC no segundo dia. Os cortes de energia repetidos no inicio da noite lembravam Nampula. Daí uma vez ao fim da tarde com o Manuel, acompanhou-nos por acaso um dos empregados do restaurante que ia para casa, passámos pela catedral, em que o Padre falava alto no altifalante, muitos a orarem à volta, pequena rua de barracas de venda de quadros, fotografias, adereços de santos, virgem, pessoas vestidas singularmente a que se agradecem preces; estamos na praça principal, onde passa em viaduto o eléctrico; em frente o Museu do Terror Vermelho e o Museu de Addis Ababa, O Parque Desportivo; continuamos para entrar, depois de revistados, em um parque de casamentos, jardim e árvores enormes, com hotel e câmbio (o IH foi trocar dolars em Birr); depois o estádio de futebol e por baixo um bar popular, uma cerveja cold gold, consistente; tranquilo, boa música, conversa ligeira. Regressámos na boa, o IH deu-lhe alguma coisa para a passagem, subimos a colina!

Passados 717 anos do plano do Rei D. Dinis, o reino da Etiópia está muito diferente. No entanto, a presença cristã ortodoxa é manifesta. Conta-se que o enviado do Rei de Portugal chegou aqui com os homens das Caravelas, que ficou bastante tempo e chegou mesmo a converter o Soberano reinante ao cristianismo católico; episódio que terá durado uns 30 anos, sendo finalmente resolvido com guerra para a reposição da Igreja Ortodoxa. O país dos mais antigos de África, talvez anterior ao Egipto, nunca colonizado (ocupado 3 anos pelos Italianos na segunda guerra mundial). Addis Ababa, “nova flor”, situada a uma altitude de 2.800 m, rodeada de montanhas com florestas, capital criada há 100 e tal anos por Mengisto, unificador do reino, retirando a antiga capital do Norte para o Centro. Apoio de Cuba (influencia socialista da década de 60 / 70), 30 anos de guerra com a Somália, uma guerra civil de 100 anos. Os monumentos antigos encontram-se a 300 ou 1.000 km daqui. O país tem 102 milhões e a cidade talvez 6. O Armárico, língua oficial, é completamente inteligível para mim, o alfabeto é um enigma – não se consegue perceber nada. Embora haja negros Banto e várias misturas, a fisionomia dominante é “Nilótica”: cor escura, feições esbeltas, cabelos lisos. As mulheres podem ser bonitas, homens menos. Construções astronómicas por todo o lado, arranha céus, muitas aparentemente paradas; a China está a construir uma sede moderna monumental para a União Africana; tem viadutos, eléctrico, transporte urbano e chapa, táxi por todo o lado, tráfico intenso, montes de gente na rua, desportistas, pobres, sem abrigo, negócios de banca 0,5 m2, pedintes, disponíveis para ajudar, soldados armados, muita polícia, proíbem fotografias.

Comprei 4 cds mas um não funciona. A música mostra uma forte influência oriental, com bocados muito bons, quer na mais tradicional ou na moderna. Para as Panteras custou-me os olhos da cara os vestidos tradicionais com a cruz ortodoxa, mas ficaram bonitas. Não podia faltar o café, dizem eles o primeiro e o melhor do mundo, para o qual tem até uma cerimónia. Os homens mostraram o modo de dança muito particular com a articulação ritmada e alternada dos ombros.

Na quinta-feira à noite, buffet animado com música e drinks, a malta conversou e dançou, riu-se bastante. Mas já tinha encontrado um anarquista, do Uganda, o Patrick, no pátio para fumar, onde á noite, com um frio desgraçado, acendiam vários bicos sofisticados e potentes de gaz; ele esteve sempre sentado ao meu lado, sem de facto termos previamente contactado. Aí encontravam-se Etíopes corpulentas, a oferecer massagens magníficas e completas, mesmo a sugerir outras intervenientes. Mas a hora de despertar era ás 7 para estar a funcionar às 8:30, uma hora mais tarde que em Moçambique. Estes Etíopes são loucos! Mas conduzem pela direita.


De regresso re instalo a sandes de presunto e uma tónica, a hora aerozen diária, tendo em conta o deficit da semana passada. Tudo normal, gris gris dos insectos nocturnos, todos à espera de chuva!

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