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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O que se passa...

Mil noites, mil e um dias, muitas mais vidas, muitíssimas mais histórias, um sem número de emoções, sensações nem digo. Outra coisa são as ideias. Nascem por todo o lado, como as flores, lindas. Florescem, algumas frutificam.

O que se passa...

Mil noites, mil e um dias, muitas mais vidas, muitíssimas mais histórias, um sem número de emoções, sensações nem digo. Outra coisa são as ideias. Nascem por todo o lado, como as flores, lindas. Florescem, algumas frutificam.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Tratamento social

A “Matoa” é uma das doenças frequentes na Baixa Zambézia. A Nganga dirige-se para a casa da pessoa doente, acompanhada de 10 mulheres e 10 homens. Ficarão a comer e a beber, a dormir, dois dias, para realizar toda a cerimónia; o dono da casa deve fornecer todo o necessário. Os homens tratarão dos batuques quase em permanencia, as mulheres dançam e cantam. Paga-se 2.000 Meticais por dia, portanto quatro mil, que a Nganga depois repartirá com os 20 membros do grupo. A pessoa ficará bem, sem doença, durante 3 ou 4 anos, mas pode ter uma recaida. Se tiver um segundo episódio de Matoa, fará um segundo tratamento, semelhante ao primeiro. A partir daí, o paciente fica transformado – dizem mesmo em chuabo, diplomado – tratador de Matoa. Passa a ser ele a resolver o mesmo problema a outras pessoas!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A Cidade de Pó


Fino e brilhante, cobre tudo. Ondulante como dunas, penetra em todos os recantos. Levantado pelo vento, chega a todas as alturas. É o que resta de milhões de anos de erosão, antes e depois da erupção do Grande Rift, de pedaços do paraíso. O céu fica muito cinzento, parece que está a anoitecer mas ainda é cedo na tarde. Um relâmpago. Um trovão, como se não ouvia já há meses. Algumas gotas caem dispersas.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Início do ciclo

Sai-se da estrada principal à esquerda, pouco depois da placa de Quelimane, já em Namacata. Algumas casas térreas de alvernaria, palmar misturado com mangueiras e outras árvores grandes, pista com bastante areia e irregular atravessa zona baixa de machambas, entra-se em nova zona de floresta. Várias palhotas, bem espaçadas, cada grupo de 2 a 6, algumas muito elegantes, raras casas de alvernaria com cores garridas. O sol ainda não nasceu e há poucas pessoas, algumas crianças. Arrumo o carro. Caminhamos na floresta, paralelamente às terras baixas, no limite das casas. Bambus e bananeiras enfeitam a paisagem. Entramos na vastíssima zona plana, só de erva, terra crestada de enormes gretas, grandes torrões secos, quase por todo o lado. Tomamos carreiro que segue por cima de divisões de machambas, algumas já com a terra cavada e o capim seco ou queimado. Muito ao longe vêem-se, aqui ou ali, um ou dois vultos. Agora é a altura apropriada para preparar as machambas de arroz; pode-se comprar uma; não tem documento, não é “legal”, mas de facto o que conta são os testemunhos “orais” dos vizinhos; acham que o estado ou o governo não tem nada a ver com isso, que a população toda sabe muito bem que aquelas machambas já eram deles muito antes de tudo. O sol já nasceu mas está enovoado e o calor ainda não aperta muito. É longe, caminhar na terra seca, aos torrões que se esboroam imediatamente, há que manter o equilíbrio. Por fim, a machamba da mãe, que de facto tinha dado algum trabalho a encontrar, mas que está já, após 2 dias de acção, mais de metade cavada. As enxadas são muito curtas e o trabalho faz-se curvado. Vão circulando alguns comentários em Etxwabo e algumas risadas. O sol começa a desafiar. Vai ser só água, dois pães pequenos para cada um, a dar na terra até acabar, lá para as 18. Entretanto há já algum capim para queimar. Depois logo na primeira chuvinha, lançar a semente.