A Poente...

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Na Baía de Nacala!

Alfacinha

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encontra Mapebanes

Luso calaico

Luso calaico
visita Etxwabo

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

No dia seguinte não há pequeno-almoço. Comemos umas macas, ananás, bolachas e sumo de maca. Esta a andar para a aldeia de Lúrio, ao longo da costa norte de Nampula. Passamos Mazua, a 60 km de Memba, grandes penedos, florestas virgens, mais 70 km ate Lúrio, costa finalmente incrível de foz e terra vermelha em ravina com areia amarela, reunião com Régulos (Ministério da Educacao), casa do Administrador, e o caminho fica perigoso (termina) ate ao Rio Lúrio. Os informantes locais dizem que a estrada para Namapa não está transitável (é a terceira vez que me acontece isto em Moçambique, seguindo o mapa com estradas que já não existem). Teremos que voltar para traz ate Mazua. Não há outro remédio. Iniciamos o regresso e paramos pouco depois para comer (pequeno-almoço foi escasso). Re-iniciamos e tem barulho a frente na esquerda. Stop. Para-choques esta solto a esquerda e desapertado a direita. Reencaixa. Repete-se mais a frente. A estrada de terra, depois das primeiras chuvas, não esta muito boa. Barulho. Stop. Arranjar uma corda e garantir que o para-choques não vai cair, arrancar os fios e parar o carro. Esta a andar e chegamos outra vez a Mazua aos 280 km. Viramos a direita, para poente, em direcção a Alaua: são só 30 km mas demoramos uma hora e meia porque o caminho está muito pior. Na Estrada Nacional n1 viramos para Norte a direita e mais 50 km de alcatrão estamos em Namapa, vila sede do Distrito de Erati, a procura de alojamento; após 2 tentativas e por conselho do Dr. M abancamos no Complexo Cahora Bassa. E toca a procura de jantar, parece que o único conveniente e o Take Away do Monhe: meio frango minúsculo assado, meia dúzia de batatas fritas e salada de tomate escassa, 300 Mt. 2 duplos red label e esta a andar. Amanhã será no Hospital Distrital de Erati a colher dados e entrevistar os profissionais do serviço TARV.  

Costa norte este

Saímos do Bungalow em Fernão Veloso às 10h para ir a Nacala Porto levantar dinheiro no ATM e atestar o diesel. O surf leva-nos ate Memba sede (80 km) – passamos a linha de comboio para o terminal de carvão de Nacala Velha, 3 enormes comboios de carvão carregado, à espera de navio imagino. Vários rios, o Mécuburi, ate uma vila de arquitectura singular. Trabalho no Centro de Saúde com as duas Medicas, apoio de um activista. Procuramos alojamento e instalamos, passamos na praia beber um refresco, longeamos a costa e voltamos a entrar na vila em direcção ao mercado. A L não aceita os preços e regressamos a pensão Golfinho, passando os bandos de putos que jogam futebol nas ruas da vila. Voltamos a descer a praia, encomendamos jantar de peixe assado. Algumas fotos, conversas das mil e uma noites, quando chega o jantar está óptimo! Regressamos noite cerrada (L diz que com medo), quarto muito básico, não dá para tomar duche. Chove largo, a cama é uma miséria. 

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Just arrived..

Chegado há pouco de 3 dias nos distritos de Memba e Erati, para colher os dados em falta – Abril e Agosto 2015 – para o estudo aderência ao TARV, depois de 4 dias a trabalhar na Y e a ficar em Fernão Veloso. Uma arrumadela rápida, instalar a cama tradicional adquirida antes de Nacaroa por 300 Mt, ver correio, actualizar actividades. Depois das extensas rectas, as distancias africanas, má pista, great road, Inselbergs imponentes, Ebondeiros majestosos, casas de tijolo não cozido, de pau-pique, telhados de colmo, chuvas variadas…A policia de transito não chateou, passamos ligeiros.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Banho no Rio Kavango


o espaco Africano

Nampula Nacala, Nacala Nampula, as grandes extensões africanas, horizontes expandidos, logo após o nascer ou o pôr-do-sol, rectas intermináveis, cores fortes, muita gente nas bermas, entre os 60 e os 140 km / hora, condutores malucos de camiões mal carregados e desviados, também com muitas motorizadas e bicicletas sem luz, paragens para comprar caju ou outras frutas e legumes, discussão do preço. Umas vezes com musica, outras sem. Concentração, persistência, paragem na entrada da estrada antiga para Monapo, atravessar Namialo, ás vezes a articulação com os controlos da Policia de Transito. O cronometro grava saída de Nampula, Anchilo, Nacavala, Namialo, Monapo, barragem de Nacala, aldeia da falecida, ponte sobre a linha, controlo do cruzamento de Matibane, saída para Nacala Velha, cidade de Nacala. Chegar em uma victoria. Circular em disciplina.

domingo, 10 de janeiro de 2016

A que se deve a fraca aderencia ao TARV?

Depois do encontro com a equipa de inquiridores e de activistas de uma associação local, da apresentação ao Director e quadros da F e passar no H. Distrital para apresentação ao Médico Chefe Distrital, saímos para o C. S. de O. onde recolho dados em 40 processos clínicos; o arquivo de processos clínicos está bem organizado. Encontro com o Médico Chefe, Dr. R. (informa que tem base de dados do serviço HIV/SIDA no CS e informa que os abandonos ultrapassam 50% dos pacientes que iniciaram TARV) e entrevisto 2 funcionários do ATS, conselheiros TARV (os GAACs não são formados por falta de apoio à formação dos membros constituintes; as buscas activas já não são realizadas por falta de transporte – bicicleta, para percorrer longas distancias; o Comité TARV não reúne semanalmente por falta de lanche – F. já não apoia com comida; tem vários pacientes há mais de 1 ano em TARV com CD4 que não sobe acima de 70, alguns mesmo a descer, sem noção de ma aderência ou de interacções medicamentosas). Saímos depois para recolher um dos activistas, em uma pequena aldeia a uns 10 km de O.: porcos negros à solta, motorista pára para recolher carne de porco já assada que tinha encomendado; maçarocas arrumadas em cestos cilíndricos sobre estrado de paus a 1 m do chão, sem tampa e em plataformas de paus, mesma altura; mas não são muitas, penso que não chegarão a uma espiga por dia para o ano para cada membro da família. No Centro de Promoção de Saúde Comunitária (construído pela F já em 2005) frente ao CS, reunimos a equipa, há peixe do Rio Lúrio (parecido com bogas do Rio Cabril); compram galinhas, cana-de-açúcar e peixe. Na estrada vende-se repolho, caju e peixe, galinha já assada. Janto à noite no mesmo restaurante de ontem, hoje muito mais cedo: encomendei às 18h, estou a escrever, está a andar e às 19 estou a comer (frango, batata frita e salada), não estava mau mas um pouco curto. Sento-me um pouco no bar da residencial, aparecem duas malucas, pago 2 Sprites (queriam cerveja); despejam as latas muito rápido, continuam a pedir cerveja, querem mais uma bebida; acabo o JW, pago ao balcão e estou a bazar para o quarto. 

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Arquitecturas insolitas, natureza magnifica, vila sede do Distrito de Memba, Nampula











a doenca mais prevalente no mundo, uma questao de saude mental, a inveja

“Seja em que domínio for, a perfeição assusta e é neste domínio sagrado ou mágico da perfeição que será necessário procurar a explicação do receio que até a mais civilizada sociedade manifesta perante o santo ou o génio. A perfeição não pertence a este mundo. É uma coisa diferente deste mundo, embora venha dele.”


Mircea Eliade, Tratado de Historia das Religiões, Martins Fontes, São Paulo, 2008.