A Poente...

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Na Baía de Nacala!

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Luso calaico

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quarta-feira, 27 de julho de 2011

Bye bye Zambézia, Hello Nampula

Mais uma grande mudança, em curso. Depois de jantar na Pizaria na sexta-feira, um copo no Kopus. De manhã, pequeno-almoço de ovo estrelado, salada, batata frita, sumo natural de fruta e café. Partida pelas 10h, paragem no Molocue para água e amendoins (ia para baixo o homem da camioneta que fez a mudança), encontramos o M. que se cruzou na estrada vindo de Macomia, 3 controlos da Polícia, 1 mandou parar, olhou e mandou seguir, chegada a Nampula pelas 17h, quase noite. Receção sem problemas. Hoje foi levantar na calma e começar a arrumar as coisas. Batuques na varanda; festa à saida da cidade para Nacala, num grande quintal com telheiro, boa comida, muita salada. Compras na loja de conveniência, casa, começar a rever os papeis, fazer plano imediato, mandar mensagens, telefonar. O apartamento está no centro da cidade, ATM ao lado da porta, café a 500m, Catedral (torres) à vista; a varanda e as janelas dos 2 quartos debruçam-se sobre outros predios, um pouco de horizonte rasgado; os aviões passam por cima; para trás, prédios e mais um em construção; totalmente urbano – grande mudança para mim.

terça-feira, 12 de julho de 2011

No Ralo

Terça-feira à tarde, nada para fazer. A chuva tropical caiu muito pesada durante toda a manhã, parou há pouco. As crianças iniciam já as brincadeiras mexidas e as canções no terreiro molhado em frente à casa, descalças. Está fresco. Ouve-se uma motorizada a passar, os patos a grasnar, as rãs a coaxar, um zumbir discreto da cidade ao longe. Passa um camião pesado e estremece a situação, gane um cão. Um galo cocorica. O céu está coberto, de nuvens cinzento esbranquiçado, agora mais claro. As folhas das palmeiras não mexem, quase uma palha.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Religiões Africanas

“O primeiro sentido na iniciação deve ser situado em tudo o que concorre para dotar o crente dos conhecimentos teóricos e práticos relativos à sua fé. Alguns dos conhecimentos veiculados pela iniciação são quase da ordem do profano. Outros são considerados sagrados e a sua comunicação é cuidadosamente protegida. Esta iniciação não está ao alcance de qualquer um. A iniciação é ocasião de um comércio com as forças numinosas transcendentes, cuja manipulação depende de conhecimentos elevados e cuja abordagem assenta fundamentalmente num acto de fé.”

“A noção africana de família engloba também e sobretudo os vivos e os mortos. Assim, para cada homem-pessoa africano, o triunfo na vida não se limita ao êxito social, antes deve prolongar-se para além da morte. Tanto de um lado como do outro, a família é, assim, uma via obrigatória.”

“As crenças religiosas negro-africanas não contêm a ideia de um fim do mundo.”

terça-feira, 5 de julho de 2011

Let's go!

Saio do Hotel em Maputo depois do pequeno almoço, já tarde, compro escovas limpa parabrisas (800 Mt), triangulo reflector (100 Mt), colete reflector (100 Mt), sandalias (200 Mt). O trânsito está carregadíssimo na saída da cidade para a N1; dezenas de mercados, barracas, chapas, pessoas em movimento e gente por todo o lado; passo o novíssimo Estádio Nacional do Zimpeto, muito lentamente, com muita PRM, por todo o lado, de poucos em poucos km fazendo stop aos chapas; sou parado, pede documentos; um pouco de conversa, está a andar, sem problema. Quando saio da zona de urbanismos em curso, paro para mijar; continuo a respeitar escrupolosamente os limites de velocidade estipulados nos sinais, antecipadamente; de vez em quando, acelero um pouco. Atravesso a Província de Gaza, muitas manadas de bois, paisagem verde ondulante, faz lembrar o filme do Shaka Zulu. Passo Manhiça, com o seu centro de Investigação em Saúde (paragem extemporanea no Shopright onde compro açucar castanho e batatas fritas) e paro depois em Xai-Xai (chamuças e cerveja), logo a seguir à passagem sobre vastas terras inundáveis e o largo Rio Limpopo. A capital de Gaza não é grande. Fachadas de arcadas antigas e pouco mais; rés-do-chão e primeiros andares; volto ao caminho e aparecem vários rapazes com arcos e flechas, pequenos, decorados a cores – travo rápido e adquiro o objecto longamente procurado! Mais um pouco e saindo à direita em 5 km de pista de areia, uma especie de primeirinha TT nesta trip, ladeio uma enorme lagoa de água azul e chego a Chidenguele, com cerca de 350 km de percurso, já quase ao anoitecer. Altas dunas cobertas de mato e floresta baixa, mar azul forte. O local é muito agradável, com piscina de água azul iluminada, alojamento simples mas com bom gosto, bar restaurante acolhedor (Paraíso de Chidenguele). Desço à praia, vento forte e frio, até à linha das ondas potentes, do céu tão extra estrelado, não consegui localizar o Cruzeiro do Sul. As habituais dificuldades de rede, agravadas, impedem chamadas. Jantar bastante agradável, peixe, batata frita, salada, cerveja, uma mesa de turistas americanos e sul-africanos; vou deitar muito cedo, ao quente. Está bem frio aqui!

segunda-feira, 4 de julho de 2011

de Gaza a Vilanculos

Acordar cedo, duche de água quente. Depois de arrumar mais ou menos os sacos, tiro algumas fotos na praia – estreita, a perder de vista, areia branca, ondas azul forte espumado de branco. Está frio. As dunas, cobertas de mato, medem mais de 15 m de altura. Surf a aquecer, saio do Lodge e percorro a pista de areia estreita de mato entre as dunas, saindo com calma de Chidenguele, de regresso à N1. Passo Quissico, carne de Gazela à venda, também ratazanas enormes, ao longo da estrada muito boa e bem sinalisada; até Inharrimine (paisagem de enormes lagoas – mar azul índico, istmos e peninsulas verdes escuro e castanho) e por fim até ao cruzamento de Maxixe, onde viro à direita, Este, em direção do mar, para Inhambane. São mais uns 20 km até à cidade, muito calma ao Domingo; atesto o diesel (são já 536 km de viajem) e dou a volta ao burgo, igreja, mesquita, marginal, porto (para Maxixe), quartel, mercado, escola, estação de caminhos de ferro (sem comboios); entro em um restaurante com uma decoração afro, mas não tem ementa de jeito; paro num dos únicos bares abertos para comer no centro, na rua principal, sentado à sombra na esplanada. Muitas conversas entre as 3 mesas, duas mulheres machanganas, mãe e filha, sobre a sopa fria; 4 homens e 1 mulher, sobre a conta da despesa com o empregado; muita gargalhada, entusiasmo, exaltação e ponderação. Pouco depois da saída da cidade aparecem os vendedores de potes, enormes. O quadro de formas redondas cor de barro é sedutor. De regresso à N1, para Norte, temos Massinga, Mavanza, até ao cruzamento de Vilanculos, mais 21 km à direita para o mar, piso irregular. Chego de noite e depois de perguntar a uma moça simpática vou direito à Pensão Central (em remodelação e ampliação) mesmo ao lado: carro guardado, quarto kitch sem WC; WC no corredor em frente, trazem água quente e fria em baldes: 950 Mt. Tomo um banho de “Caneca”! Lanço Baygon no quarto e saio de carro para dar uma volta à procura de um restaurante na Vila; não descobro nada de interessante, está tudo meio apagado e acabo por voltar à Pensão onde já sabia que se podia comer. Boa garrafeira, poucos clientes, peixe bem servido bastante saboroso, demorou mas soube-me a ginjas. A televisão vai apresentando umas brasileirices sobre obesidade mórbida. Mas a comida está mesmo boa e a conversa vai rolando. Não vale a pena mais nada, é só pagar e Xi-Xi cama!