A Poente...

A Poente...
Na Baía de Nacala!

Alfacinha

Alfacinha
encontra Mapebanes

Luso calaico

Luso calaico
visita Etxwabo

sábado, 25 de outubro de 2008

Roteiro dos caminhos difíceis

15 de Outubro de 2008, quarta-feira

Pemba, a capital de Cabo Delgado, é uma pequena cidade com aeroporto de algum movimento internacional, posição estratégica no topo norte do cabo que desenha uma bela baía. O porto, movimenta barcos comerciais e de pesca; algumas ruas e avenidas bem planeadas, a sede do Parque Nacional das Quiribas, as lojas dos indianos, o Internet café, vários restaurantes, muitos embondeiros, os bairros de coberturas de zinco, a praia wimbi, o mar azul. Tem ao lado do casino uma empresa de mergulho.
Saída às 9h, só com o monitor e o piloto moçambicano dirigindo o seu 25 hp, direcção Sudeste durante 20 min, para chegar a Finger Shallows. Descemos muito rápido aos 27,7 m, numa zona de corais arbóreos planos, grandes, bem redondos, roxos, castanhos e verdes. Aparece uma holutúria, muitas estrelas-do-mar de 3 tipos e cores diferentes, cardumes de muitas espécies, pequenos e muito coloridos. Subimos aos 50 min e acabei com metade da garrafa. Comme d’habitude, petisco na esplanada do hotel. A segunda saída foi às 13h, 10 min no barco de fibra para Este até chegar por cima dos Twin Peaks. Descemos até aos 26 m, em paisagem de corais arbóreos de tamanho médio, brancos e muito ramificados. Contornamos o primeiro pico e aparece uma holutúria gigante, várias cobras espalmadas, listadas e minúsculas; percorremos a planície de areia que separa as duas formações em cerca de 50 m, o monitor mostra uma pequena solha deitada na areia, com uma espécie de insecto allien na areia por baixo. Subimos progressivamente, chegando á superfície após 45 min. Regressamos ligeiros ao vento fresco do Índico até à praia. Lavar todo o equipamento em água doce, preencher o log book. Era noite de lua cheia. O jantar estava muito bom, o serão melhor, a companhia óptima. Repousamos no Complexo Turístico Nautilus.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Roteiro dos caminhos difíceis

16 de Outubro de 2008, Quinta-feira

Depois do pequeno-almoço em Pemba, fazemos 10 km de alcatrão e saímos à esquerda, entrando na pista razoável, durante 45 Km, o Índico sempre à esquerda até Mecufi; existem nesta zona várias cooperativas de cesteiros; visitamos uma com 54 membros e 23 anos de existência; fazem cestos, caixas, bolsas, simples ou ligeiramente decoradas com uma cor (castanho, roxo, azul). Saímos da vila à direita, a pista vai piorando; atravessamos, graças à época seca, o rio Megaruma; não se vê ninguém, o mato está seco e aperta a via, o solo endurece; paramos para beber, comer umas bolachas e uma lata de lulas; continuamos subindo a margem norte do Rio Lúrio. O terreno torna-se acidentado e começam a surgir subidas e descidas muito íngremes, durante 100 Km até Tacuaira em pista péssima, inclinações fortes, rochas altas e muita pedra solta, velocidade média 35 Km / h. Começam a surgir pequenas aldeia, Auraga, 1.440 pessoas, Napoloé, 586 habitantes, apresentando uma placa á saída (ou seja na entrada), dizendo “Venha mais vezes”. Passamos em Mazedé, sede de posto administrativo. A pista melhorou. Ao deixarmos à esquerda a pista para Ocua, atravessamos um pequeno rio e vemos os sinais dos Médicos Tradicionais á esquerda na rocha escarpada da margem do rio: vários lenços brancos pendurados espalhados no quadro; Maririne fica perto; em Makwa, curandeiro diz-se Kunucana, feiticeiro, Mukwiri, como em Etxwabo. Continuamos até Chiure onde apanhamos a nacional para Sul. Atravessamos o Rio Lúrio, fronteira entre as províncias de Cabo Delgado e Nampula, paramos em Nacaroa para uma água fresca. Seguimos logo para Namialo onde paramos num mercado iluminado com dezenas de velas num ambiente inusitado. Nampula já não está longe: jantar indiano e dormida no Hotel Milénio. Não servem álcool, mas oferece-se o empregado para ir buscar. Pedimos 2 pequenas claras e frescas.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Roteiro dos caminhos difíceis

17 de Outubro de 2008, Sexta-feira

O pequeno-almoço é razoável e Nampula às 8 h da manhã está movimentada; aproveitamos para shoping nos monhés e no shopright, depois de abastecer no ATM e na bomba petrogal; o óleo está bom e água não faz falta. Iniciamos a rota Sudoeste ligeiros até Alto Molocué: nunca dispensa a compra, agora mesmo no cruzamento da entrada da vila com a estrada principal, do grande e óptimo amendoim; a miúda pediu 2 meticais por medida, eu contei 50 e dei-lhe 100; um homem exaltou-se a dizer que estava a roubar, o preço era 1; acalmei-o e disse-lhe que era uma ajuda para a moça, tão pequenina, a trabalhar. Paisagem magnífica, floresta, picos rochosos e montes corpulentos, muitas queimadas. Alguns bons km de piso de alcatrão para andar rápido, depois os desvios de pista, vermelhos, poeirentos, fechar as janelas quando se cruza qualquer veículo. Algumas Sumaúmas estão em fruto; muitos buracos e pista vibrante, no cruzamento de Nampevo não há fruta a vender, no cruzamento de Mugeba já não há artesanato. Passamos o Rio Licungo deixando a Alta Zambézia para chegar a Mocuba. Paragem habitual para água e café. O Omar não está, foi para o escritório em Quelimane. Seguimos para Namacurra acompanhados pelo pôr-do-sol e chegamos a Nicoadala já de noite – anoitece cedo aqui. Mais um pouco e chegamos a casa, na pacata cidade de Quelimane; hoje foram 600 km em 9 horas. No total, de Quelimane ao Rovuma, percorremos 3.330 Km. Sem problema.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

História

No início da era, as migrações Bantu entraram na zona e deram origem aos grupos étnicos e linguisticos Lomwe e Makwa, que produziam tecidos de algodão em 1.100 DC. Entre 1.200 e 1.400 outras migrações do interior sul, Marave, deram origem aos primeiros estados. Os comerciantes árabes e indianos visitavam a zona e tinham criado os seus balcões comerciais. Em 1.530 os Portugueses entram pelo Rio Zambéze e em 1544 fundam Quelimane em Etxwabo, um povo, uma lingua, uma cidade.

Domingo

As aldeias sucedem-se na areia, entre os coqueiros, os mangais e as machambas de arroz. Por todo o lado as bancas dos comerciantes oferecem uma diversidade de utilidades e cores, concentradas nos mercados em capulanas, amendoin e mandioca, oficinas de bicicletas, som e muita gente. Subindo e descendo a duna antes da praia avista-se o mar. O vento tempera o sol e a areia da praia espalha-se lisa no horizonte. A corrente quente arrasta-se para norte. Os caranquejos abrem buracos. Pequenas garças brancas alinham na paliçada do curral de vacas. Ao longe, as velas dos pescadores recortam-se no azul. As crianças aproximam-se e dão mais do que recebem.