A Poente...

A Poente...
Na Baía de Nacala!

Alfacinha

Alfacinha
encontra Mapebanes

Luso calaico

Luso calaico
visita Etxwabo

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Doenças na Macuana

Existem vários tipos de classificações (exteriores) das doenças no grupo Macua.


Esquema descritivo:

a) doenças causadas por mau comportamento;

b) doenças causadas por falta de higiene;

c) doenças com origem noutras causas.

Segundo a cura:

a) doenças em geral;

b) doenças físicas e infecciosas;

c) doenças culturais (específicamente macuas).

Segundo as causas:

a) doenças causadas pela maldade de um terceiro;

b) doenças causadas pelo castigo de um espírito;

c) doenças causadas pelo amor possessivo de um terceiro.

Outra:

a) Doenças originadas por causas conhecidas.

b) Doenças originadas por causas desconhecidas.



Francisco Lerma Martinez, O Povo Macua e a sua Cultura, Paulinas, Maputo, Moçambique, 2008, pag. 154.

domingo, 6 de novembro de 2011

Ainda não datadas...

Hoje fui com a colega A. visitar as Pinturas Rupestres de Malodge. Depois de passar a tabuleta do Distrito de Murrupula, mais ou menos a 40 km de Nampula, tabuleta à esquerda indica 13 km. De facto são 9,5, muita areia, 3 sítios de pedra (ribeiros agora secos) a atravessar com calma. Pedimos informação já perto, entram 3 homens, um mais velho é o chefe da zona, fala pouco português, mas os dois mais novos ajudam; seguimos, paramos junto a 1 Eizelberg imponente. O monte chama-se Malodge (ou Malotche), está na localidade de Casuzo, Distrito de Murrupula. Tem um telheiro de palha com troncos para sentar. Aparecem miúdos e mais 3 homens. Vê-se a enorme pala do rochedo, projectando uma sombra imensa sobre uma espécie de caverna gigante. Iniciamos a súbida íngreme, terra negra e pedras soltas, rochas, rochedos, alguma areia mais acima. A meia encosta, o local do Mucuto, pequeno, plano, junto a um arbusto. Para cima è rocha lisa de granito, areia como na praia, muito inclinado. Os desenhos de forma e cores (branco, negro, vermelho, barro, cinzento, amarelo) no granito de grão fino são requintados. O último bocado, com declive máximo, em areia, é terrível. Atingimos o topo e o fundo da gruta; numa zona central e ainda mais escavada, deparamos com desenhos a vermelho, de tão simples, dois grupos de 4 traços verticais grandes, uma espécie de escudo, uma espécie de roca, alguns traços pequenos verticais e horizontais, uma cruz “suástica”. A A. de chinelas passou o cálvario para subir, mas adorou. A paisagem, a temperatura, a sensação, por baixo das pinturas, são extraórdinarias. Ao fundo no vale e morros, pedra e mais pedra, mato queimado; ao longe raras machambas, mais longe os mesmos enormes eizelbergs espalham-se no horizonte. Descansamos e tiramos fotografias, falamos e apanhamos o ar fresco. Os locais desconhecem qualquer história sobre os desenhos, sabem que são muito antigos; aguardam intervenção do governo para dinamizar o local. Mas Mucuto faz-se aqui mesmo muitas vezes e por variados motivos. A descida é mais leve, estão já mais mulheres e crianças sentadas no telheiro. Cumprimentamos, trocam-se piadas! Retomamos a viatura, que se porta muito bem sem precisar de tracção, com os nossos 3 acompanhantes, mais outro que pediu para levar um filho doente; paramos mais à frente, a mãe está com a criança no meio da machamba, ao colo, uma mama enorme de fora, entrega o rapaz ao marido e retomamos o percurso; deixamos o chefe e os 2 acompanhantes em casa; seguimos até ao alcatrão e paramos mais à frente para comprar água; não trouxemos nada, mal prevenidos! Rápidamente estamos em Nampula, virando à esquerda para ir almoçar aos Montes Nairuco, em direcção a Rapale.