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domingo, 14 de março de 2010

Cabotagem

12 de Março 2010

Vamos a pé do centro da vila até ao porto improvisado. A maré começou a vazar e fá-lo rápidamente. Temos pressa em sair mas houve alguns atrazos. Está muito humido e enevoado. Largamos a praia de Chinde em direção ao mar, prescutando a linha de rebentação ondulante branca no horizonte. A agua cor de barro quando se eleva imita um morro a subir. Tentamos aquilo que parece a zona mais calma e seguimos. Mas as ondas começam a crescer, o barco executa piruetas, o piloto vai parando o motor e retomando a rota perpendicular aceleradamente para vencer o obstaculo. Pouco mais e estamos fora da zona agitada, virando a bombordo rumo a nordeste.

Mais à frente passamos o limite bem definido entre as águas do Zambéze e o mar, com uma mudança radical de cor para o esverdeado, numa linha espumosa interminável. A umas 8 milhas da costa avistam-se 2 pesqueiros industriais de porte médio. Passam alguns barcos de pescadores ao longe, vela triangular; está bastante calor apesar do vento fresco. As medusas na àgua são raras. Os cumulos brancos dispersos e baixos enfeitam o céu muito azul e temperam o clima.

Pouco antes da entrada dos Bons Sinais – Rio Cuacua, a sul ainda em frente a Inhassunge, depara-se com uma nova linha de cristas brancas, elevando-se harmoniosa e concertadamente no horizonte. As ondas, altas de 4 ou 5 metros, chegam-nos paralelas ao barco, tornando-se imperioso distanciar-nos da costa virando a estibordo. O perigo destas situações é que correspondem à existência de bancos de areia, que podem ser fatais no caso de ondulações extremas. O piloto concentra-se e após algumas subidas e descidas imponentes saímos da zona de agitação sem problema.

Mais a Norte temos a primeira boia e viramos a bombordo, entrando no canal para chegar a Quelimane em cerca de uma hora. Não é difícil de imaginar que há 500 anos atráz esta era a foz do Rio Zambéze e não Chinde, 80 Km mais a Sul. Vamos cruzando com um tráfico intenso, canoas e barcos de pescadores, uns remam, outros com velas triangulares multicores de farrapos vários de pano e plástico, outros arrastam as redes, outros transportam os sacos de carvão para as cozinhas da cidade. Sobre o mangal do horizonte destacam-se os 2 volumes principais da urbe, o Banco de Moçambique e o Hotel Chuabo.

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