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sábado, 8 de novembro de 2008

Roteiro dos caminhos difíceis

13 de Outubro de 2008, Segunda-feira

Saímos de Palma no Surf azul pela pista principal, boa mas com muita areia, em direcção á fronteira (Quionga); as palhotas sucedem-se dispersas, algumas crianças, raras bicicletas; virámos à direita a cerca de 19 km, existindo mesmo uma placa indicativa, o que é de facto muito raro neste país e nestas andanças, talvez ainda mais na Zambézia (…hábitos). Fazemos cerca de 10 km de pista de areia, por vezes profunda e sinuosa, em savana aberta, com muita massala, facoceros, galinhas do mato e pombos verdes, em direcção a Oriente, para o litoral. Pouco a pouco eleva-se e começa a aparecer a rocha no chão, cinzenta e cheia de buracos, dura e cortante; rochas longamente trabalhadas pelo mar; é perigoso sair do trilho, é fácil cortar um pneu; percorremos ainda, quase em linha recta, lentamente, com alguns degraus mais escarpados, 5 km desde o limite do continente, envolvidos de mato baixo e muito denso, para chegar ao Farol de Cabo Delgado. Avistamos primeiro os coqueiros e as casuarinas. Subitamente o traço branco, esguio e brilhante á luz do sol, eleva-se do verde espesso do mato cortando o azul do céu. Assim que paramos o carro perguntamos pelo responsável e o Faroleiro prontifica-se a conduzir-nos ao topo deste elegante monumento, visível mesmo de Palma. Após 170 degraus e 36m de altura, a paisagem é geográfica: a Oeste o cabo destaca-se rectângulo perfeito desde o continente; a Norte e a Sul, as costas de areias brancas, vegetação bem verde, o céu azul sem nuvens, o mar verde azul; a Este, o limite do recife na maré baixa, o Índico azul. O Faroleiro diz-nos que por vezes os elefantes vêm até ali, durante a noite. Ao lado de 3 casas brancas arruinadas (uma delas serve de residência ao faroleiro, natural de Pemba), existe uma pequena aldeia de pescadores. Boa tarde ou Salamalecum, tanto faz, passamos e vamos tomar um banho um pouco mais longe. Os pássaros marinhos, brancos e pretos, fazem voos baixos rasando a espuma das ondas. Trazem lagosta, compramos 3; tínhamos bom pão, limões – almoçamos sandes de lagosta, muito boa. Uma garrafa de água. Uma mulher tece a fita para uma esteira local. Regressamos pela pista rochosa, único caminho, virando para Quiwa, aldeia mesmo a sul de Cabo Delgado, no canto com o continente a 2 km á esquerda da pista principal; na praia estão barcos e alguns pescadores; entramos pela rua principal e manobramos para paragem á sombra; perguntamos pelas esteiras de cor; a gente junta-se, a miudagem farta-se de rir, as mulheres começam a mostrar as peças, um homem também. Negociamos e compramos duas, 200 meticais cada. Voltamos à pista principal e voltamos a sair, 1 km mais à frente, à direita para a praia de Mbuize; fica de facto antes do desvio para Quiwa para quem vem do continente, a cerca de 10 km da pista principal, á esquerda; após 500m atravessa-se a floresta galeria “Jardim das Mambas Verdes”, 100m após a saída do túnel verde, primeira à direita, 500m: praia deserta, areia branca, água verde turquesa azul, túmulo muçulmano, um embondeiro poderoso; existe também um pré-fabricado (!), 3 palhotas, onde habita uma família com muitas crianças. Distribuímos papel e canetas de cores, tomamos um banho, descansamos ao vento do mar, retemperamos. No regresso a Palma, é preciso meter a tracção que a areia aperta. Nada de grave. O azul porta-se bem e a musica Makwa anima.

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