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quinta-feira, 16 de junho de 2011

Religiões da África Negra

Em África, o homem é essencialmente concebido como uma pessoa, isto é, como uma síntese dinâmica de um conjunto de componentes de proveniências e destinos diversos. Dessas componentes, a primeira é o sopro, por toda a parte reconhecido como obra exclusiva do Criador. Chamado émi entre os Iorubas e gbigbo entre os Fons, o sopro não é apanágio exclusivo do ser humano. É a marca do que é vivo e une numa verdadeira comunidade todos os seres vivos, tanto os animais como as plantas.

Segunda componente da pessoa: o corpo. Pela sua materialidade, o corpo é o elemento mais tangível da relação com outrem e, em especial, com os progenitores. Habitáculo do sopro e ao mesmo tempo receptáculo de todas as influências susceptíveis de afectarem o homem, ele é a principal fonte da acção do humano sobre si mesmo e sobre o seu meio.

As componentes imateriais do homem são: éda, entre os Iorubas, o “homem-mesmo”, a sua ligação directa com o Ser Supremo; okan, o coração; iku, morte; kpori, cabeça interior invisivel e essencial.

Além destas componentes comuns, o homem pode ter componentes específicas, cuja aquisição é própria de um indivíduo ou de um grupo: Oduifá, os signos primordiais; Ogum, feitiço; Adjé, feitiçaria; Tohossu, vítima.

Ao exceder a consciência individual, a pessoa revela-se ser um espaço em que o grupo pode intervir tanto como o próprio ego. Este é um dado essencial do estatuto do ser humano no pensamento africano, fundamentalmente o de “ser em relação”.

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