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quinta-feira, 30 de junho de 2011

Para casa


Levantei às 5h para sair, ainda escuro, aqui não há mata-bicho: carro coberto de cacimba, hoje vai ser uma longa viagem. Levanto cash no ATM e viro na direção da praia. Marginal de terra, linha de casuarinas e acácias, nascer do sol em prata dourada, avistam-se bastantes barcos à vela ao longo da praia estreita e longa; ao longe (não muito) 5 ilhas identificáveis, com uma espessa camada de verde, quase planas. Regresso à N1, tenho ainda água, sumo de laranja e castanha de caju, vai-me aguentar algum tempo; o piso está em mau estado e a velocidade diminui mas pouco depois, a Norte, passo a grande ponte metálica sobre o Rio Save, fronteira simbólica entre o Sul e o Norte do País, limite das Províncias de Inhambane e Sofala. Aqui já houve grandes peripécias de guerra e posse! Alguns soldados, alguns polícias, conversam tranquilamente sentados. Pago a portagem, 20 Mt. Tranquilamente, passo sem qualquer reparo e tiro umas fotografias. Do outro lado, um longo troço de floresta não muito expessa, re-atesto o gazóleo em Muchungue (vou com 1.105 km), compro um arco e 4 flechas, tangerinas e laranjas; aparece entretanto a placa indicando entrada na Província de Manica; finalmente à esquerda no horizonte, muito ao fundo, o pico do Monte Binga destaca-se na cordilheira oeste. Mas está muito fumo no ar e vê-se mal. Chego ao cruzamento de Inchope, sempre a andar, estou outra vez em Sofala, passo Gorongosa, atravesso incêndios de mata mesmo em cima da estrada e paro para apreçar as batatas num pequeno aglomerado de barracas e vendedores; mas está caro. Retomo o volante e acelero; passando Matondo um galo lança-se na roda da frente da esquerda, mantenho a velocidade – aqui dizem que se deve parar para pagar o galo, se não haverá feitiço, mas eu, sem abrandar, rápidamente chego a Caia para parar finalmente e atestar de diesel (1.568 km até aqui, tenho um consumo médio de 10,2 l de diesel por 100 km, o que não é nada mau), mijar e tomar um café. Várias crianças estão a pedir, um vende pequenos pilões de madeira castanha brilhante. Retomo a passagem da Ponte Emilio Guebuza, lentamente, pago 100 Mt de portagem, olhando ao longe sobre o vastíssimo Rio Zambeze. Entro na Zambézia, passo a tabuleta do Cuácua Lodge ao fundo á direita, paro no Zero para comprar mel na cooperativa dos apicultores de Morrumbala e Mopeia. A miudagem reune-se a apreciar. Arranco mas a estrada está cheia de pessoas e bicicletas com enormes sacos de carvão, tem curvas e pontes, atravessa muitas “aldeias rodoviárias”, barracas; muita gente a cruzar a estrada e já é noite quando chego a Nicoadala. Sigo para Quelimane, mais 30 minutos, para chegar a casa aos 1.785 Km. Cansado, mas muito bem!

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