A Poente...

A Poente...
Na Baía de Nacala!

Alfacinha

Alfacinha
encontra Mapebanes

Luso calaico

Luso calaico
visita Etxwabo

terça-feira, 14 de setembro de 2010

It's been a long, long way

29 de Agosto de 2010

Hoje é Domingo e o percurso vai ser duro. Não sei ainda se Masasi – Mueda, Masasi – Pemba ou Masasi – Nampula. Levantar às 4h 30min e saída de Masasi às 5 h, ainda bem de noite, com 4.650 km. Temos 72 km de estrada boa, seguida de uns 10 km de pista junto à estrada em reparação. Viramos à esquerda e a pista está razoável; o sol está a levantar-se e aproveito para lavar o vidro da frente que está muito sujo; as nuvens separam-se em fios dos cumes rochosos; são ainda cerca de 40 km até à fronteira, sendo os últimos 3 km junto à ponte, uma recta perfeita em alcatrão lisíssimo. A passagem, dos passaportes e documento do carro, na fronteira decorre sem atrasos ou problemas, com verificação do número de motor. Passar a ponte tranquilamente, passar a Alfândega de Moçambique: o funcionário começa por hastear a bandeira Moçambicana; passaporte e DIRE ok, viatura deve aguardar colega que vem a pé porque motorizada avariou; chega pouco depois e entrega sem mais o documento necessário. Saída da fronteira às 8 h, com 4.761 km, dou boleia, excecionalmente, a uma família que vai para Mueda, casal e duas meninas. Quando fecho a mala, catástrofe, o vidro já não fecha. Só imaginar os 4 infernos de pó vermelho dá para arrepiar. Tirar o pessoal, ferramentas da mala, abrir, desaparafusar, empurrar, funciona, montar, fechar e toca a andar, que se faz tarde. São 9 h!. Pista regular durante 60 km, quando aparecem os troços de “pó vermelho”, quatro pedaços de menos de 1 km cada mas que dá para enfrentar! Janelas todas fechadas, em segunda, devagar e com calma, sobretudo o último pedaço. 120 km depois da fronteira encontramos a primeira aldeia com cancela, com placa “Douane”, algumas casas de “alvernaria”, onde paro para comer uma maça, beber água e esticar o esqueleto. Faltam ainda 30 km de pista maioritariamente de areia, para Mueda. O último troço atravessa já uma periferia urbana considerável, maioritariamente de palhotas. Chegando a Mueda, 4.931 km, atesto de diesel e verifico o óleo de motor que está pela metade. Encomendo o almoço ao Sr. Coelho no MTIMA (Coração em Maconde), estalagem simpática e jeitosa, simples, com quartos com casa de banho e recintos exteriores cobertos para restauração e bar, até parqueamento auto. A comida demora 1h 20 min, atestanto o regresso a Moçambique, mas está muito boa e come-se rápido, conseguindo sair às 16 h. São 75 km pela Rota da Indepêndencia, em pista de areia boa e lisa. Abundam os monumentos aos heróis. Os Ebondeiros enormes aparecem prateados com o sol baixo do fim da tarde. Bruscamente depara-se o final do planalto, horizonte aberto, ao longe a Sudeste a lagoa de Bilibiza, no Parque Nacional das Quirimbas. Descida abrupta, prolongada, toda em placas de cimento, algumas curvas, até ao vale; continua a pista, algumas curvas, descidas e subidas. Chegamos à estrada nacional a Norte de Chai, péssima, cheia de buracos, de pedaços totalmente desfeitos, fazendo mais 60 km até Macomia. Já de noite cerrada, chegamos ao cruzamento para Pemba, onde paro para tomar café: o público da TV da banca (DVD) é maioritáriamente de crianças e depois mulheres, está muito animado. O café é batido e está bom. Mais 80 km de estrada boa e bem sinalisada e chego a Pemba às 20h, viro logo à direita para a Winby Beach, direcção Wimby Sun. Tiro os primeiros 5.000 Mt do ATM do Casino, desde que entrei em Moçambique hoje há 450 km, e totalizo 5.253 km de viajem. O quarto tem ar condicionado, e a cama é ótima!

Sem comentários: