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quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Pista terrível

15 de Agosto de 2010

Domingo. Preparo-me psicológicamente para mais 464 km de estrada africana, percurso para Norte, paralelo à costa, de Lindi a Dar es Salam. Retiro mais 150.000 Sh no ATM e faço os primeiros 250 km em estrada de alcatrão boa, com exceção das lombas altíssimas e estrias repetidas muitas vezes, em todas as aldeias, que parecem desfazer o carro com a vibração. Muita atenção, alguns camiões de longo curso, as galinhas e as cabras atravessam a estrada nas aldeias, causando algum slalom! Então aparece talvez o pior de todos os bocados de pista em Ndundu: estrada em construção, picada alternativamente de um lado ou do outro, de areia funda, solta, muito irregular, lombas e valados, buracos inesperados não assinalados, sobe e desce, cerca de 60 km em primeira e segunda, quase 3 horas. Cruzo vários rebanhos de gado, caprino e bovino, com os seus pastores. Esta parece ser uma zona inundável na época das chuvas. Seguem-se cerca de 160 km de estrada boa, onde cruzo vários “Masai” reconhecíveis pelo seu singular padrão de vestir (capulanas vermelhas e em tons de azul, pau na mão). Sempre muita gente nas aldeias, bastante pobres, alguns macacos aparecem na estrada perto. Até à abordagem da periferia de Dar, muitos kilometros quadrados de bairros de lata no meio do palmar, dezenas de pequenas colinas, o mar não muito longe, primeiro engarrafamento: um caos de muitíssimos “chapas” e outros, que triplicam e quadriplicam as filas, cortam e invertem, grande barulheira e confusão, 20 minutos para avançar 500 m. Procuro ajuda para chegar a Starlight Street, que fica perto da pensão indicada pelo Dominique. O guia local é agradecido com 1.000 Sh e há 1 quarto livre no último andar do Hotel Holiday, no bairro antigo no centro de Dar. A direcção do carro está muito pesada, deve haver algum problema, verei amanhã; é tarde, noite e estou cansado; também o borne da bateria deverá ser substituido, para evitar ter que abrir o capot de cada vez que tenho que por o carro a trabalhar; o carro está sujíssimo, poeira e areia aos quilos por todo o lado, necessita uma limpeza geral. Amanhã em Dar será o dia para a mecânica! No Holiday Hotel o quarto está a 30.000 Sh, sem pequeno almoço, mas é bastante limpo e tem um terraço com uma vista explendida para as ruas da cidade e as mesquitas. Estamos no Ramadam e os “Moidzin” competem no apelo às orações, através dos "alti-falantes" colocados no alto das torres das Mesquitas. Lavar roupa e jantar no restaurante muçulmano na rua em frente ao hotel: sumo de laranja e boa comida. Totalizo aqui 2.285 km desde a saída de Quelimane. Apesar de não ser a Capital da Tanzania (que é Dodoma, quase no centro geográfico do país), Dar é a maior cidade num raio de vários milhares de quilómetros rodoviários ou marítimos.

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